Internacional

Milhares protestam no Chile contra o sistema previdenciário

Os chilenos voltaram a sair às ruas neste domingo em Santiago e outras cidades do país, em uma grande manifestação para protestar novamente contra o sistema de pensões privado, herdado da ditadura de Augusto Pinochet. Milhares de pessoas se reuniram nas ruas da capital e passaram pela tradicional Alameda que atravessa a cidade com cartazes de protesto contra as chamadas Administradoras de Fundos de Pensão, conhecidas pelo acrônimo AFP, introduzidas com caráter obrigatório na ditadura de Pinochet (1973-1990).

O protesto foi convocado por um grupo chamado “No+AFP”, que tem reunido centenas de milhares de pessoas no último ano em várias marchas por reformas profundas no sistema previdenciário. As aposentadorias no país são em sua maioria inferiores ao salário mínimo de 257 mil pesos (US$ 390).

O modelo em vigor obriga os trabalhadores a economizar mensalmente 10% de seu salário bruto, o que se acumula em uma conta individual, de onde saem os fundos para as aposentadorias. As administradoras calculam as pensões segundo as expectativas de vida e a cada ano que a pessoa cumpre após a aposentadoria ela sofre uma redução no pagamento, porque se estima que viverá mais tempo do que o calculado inicialmente. Isso é feito para que seus pagamentos durem mais tempo, nesse modelo.

Os críticos do sistema afirmam que as empresas administradoras obtêm grandes benefícios. As seguradoras reportaram “durante os últimos 20 anos uma rentabilidade anual média de 26,3% sobre seu patrimônio”, afirma em artigo Ciper Benjamín Sáez, investigador da Fundación SOL, que investiga temas sociais e de desigualdade no Chile.

Já os defensores do sistema atual argumentam que o modelo precisa de mudanças, mas negam a possibilidade de retornar a um sistema de repartição, como se pede, argumentando que ele fracassou em lugares como a Europa. Além disso, dizem que a pirâmide populacional que mostra a população cada vez mais longeva põe em debate a viabilidade das pensões em todo o mundo. Fonte: Associated Press.

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