Militantes sunitas do Estado Islâmico (antigo Estado Islâmico do Iraque e do Levante) capturaram nesta quinta-feira a maior represa iraquiana, o que lhes garante o controle sobre grandes quantidades de água e energia. Autoridades internacionais temem que os insurgentes utilizem a barragem como arma de guerra, já que a abertura das comportas poderia inundar as regiões próximas e até a capital Bagdá.
Após uma semana de tentativas, o grupo de extremistas islâmicos finalmente conseguiu apoderar-se da represa de Mosul e obrigou o Exército curdo a recuar, disseram moradores da área próxima. O Estado Islâmico publicou uma nota confirmando que havia tomado a barragem e afirmou que vai continuar a “marchar em todas as direções”. No depoimento, os militantes disseram que não vão “desistir do grande projeto do Califado”.
O porta-voz do grupo nacionalista curdo Peshmerga, Halgurd Hekmat, afirmou, no entanto, que o conflito em torno da barragem continua e que ele não sabe quem controla o dique no momento.
Os insurgentes, ligados à al-Qaeda, querem instituir o estabelecimento de um Estado islâmico nos territórios do Iraque e da Síria, impondo sua interpretação da lei do Islã. As forças armadas iraquianas e o Exército curdo, aliados a milicianos de tribos sunitas, têm lutado para expulsar os militantes do grupo extremista e seus aliados sunitas.
A represa de Mosul, antigamente conhecida como represa Saddam, está localizada ao norte da cidade de Mosul, a segunda maior do Iraque, dominada pelos insurgentes desde junho. O conflito na região se intensificou neste domingo após as cidades próximas de Zumar e Sinjar caírem nas mãos dos militantes.
A segunda maior barragem iraquiana, em Haditha, também corre o risco de ser tomada pelo Estado Islâmico. A dominação dos diques permite que o grupo use a água e a energia produzida para abastecer as cidades próximas sobre as quais eles têm controle. Eles poderiam ainda vender os recursos para angariar receita.
O governo francês solicitou nesta quinta-feira que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúna em caráter de emergência para discutir o avanços dos militantes islâmicos e “os abusos intoleráveis cometidos”. A França pediu que a comunidade internacional se mobilize contra a ameaça. Fonte: Associated Press.