Adriano de Souza, o Mineirinho, ainda saboreia a vitória no Circuito Mundial de Surfe no ano passado, conquistada na última etapa do ano, no Havaí, mas já olha para frente para o início da nova temporada, que começa na quarta-feira à noite (quinta de manhã na Austrália) com 11 etapas e dez brasileiros na disputa.
O atual campeão mundial de surfe sabe que todos estarão querendo tomar sua taça, mas espera começar com o pé direito no Pro Gold Coast, que tem prazo para terminar no dia 21. Nesta entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira, o surfista, que começou no esporte ainda criança na praia do Tombo, no Guarujá, fala sobre suas chances de bicampeonato e sobre o impacto do título em sua vida.
Qual a expectativa para a primeira etapa da temporada?
Acho que quando começar o campeonato dará um friozinho na barriga, sabendo que estarei disputando a minha primeira etapa depois de ser campeão do mundo. Eu pretendo manter o meu desempenho do ano passado, e isso seria excelente. Seria o passo perfeito para trabalhar bem a chance de conquistar o bicampeonato.
Quem são os adversários que podem estragar um possível bicampeonato seu?
Não descarto ninguém. Todos para mim são concorrentes fortes, pois a meta de todo mundo neste ano é me superar. Depois da etapa em J-Bay (na África do Sul, a sexta de onze etapas da temporada e que será disputada entre os dias 6 e 17 de julho) acho que começaremos a ver quais são os favoritos do ano.
O que mudou na sua vida desde o título mundial?
Acho que nada! Na verdade ainda não realizei que sou o campeão do mundo. Vamos ver quando começar o campeonato se algo mudará.
Agora você é um surfista casado. Pretende levar sua esposa para todas as etapas?
Nós temos a nossa vida, ela tem o trabalho e os negócios dela. Mas a ideia é estar junto sempre que for possível e agora, como estamos casados, fica bem mais prático.
Você obteve um novo patrocínio recentemente. Como é sua relação com os negócios e esse interesse pelos investimentos?
Eu sempre fui fanático pelo mercado financeiro, mas morria de medo de fazer algo, pois achava que seria enganado, que poderia perder dinheiro. Porém ao conhecer o pessoal da XP Investimentos, eles me trataram super bem, me ofereceram cursos básicos para entender o mercado e fui vendo que não é um bicho de sete cabeças. Hoje em dia, estou sempre falando com eles, questionando mais, porque agora entendo mais e acho que eles também se interessaram em me ter como embaixador, porque eu posso ser um bom exemplo de que tudo o que você sonha na vida, você consegue se tiver esforço e pessoas profissionais ao seu lado. Acho que daí surgiu a parceria.
O Mick Fanning avisou que não pretende disputar todas as etapas. Como é ver ele fora da briga pelo título?
Não o descarto, ainda. Se ele disputar quatro etapas e vencer as quatro, por exemplo, está na briga pelo título. O Mick é sempre favorito em toda a etapa que estiver.
Desta vez, serão dez brasileiros no Circuito Mundial. Como é a relação de vocês, com quem você se dá melhor?
Me dou muito bem com todos. Acho que nós todos nos respeitamos muito e nos ajudamos. É difícil falar apenas um nome, pois realmente gosto de todos os brasileiros. Esse é o nosso diferencial, ser um grupo unido que se ajuda. Se continuarmos assim, possivelmente chegaremos a um terceiro título mundial para o Brasil.