A volta do público aos jogos em Belo Horizonte não vem sendo apenas motivos para festa dos torcedores. Pelo terceiro jogo seguido o Mineirão é alvo de denúncias de importunação sexual por torcedoras do Atlético-MG. Neste domingo, após o segundo gol do time na virada sobre o Fluminense, por 2 a 1, no Brasileirão. uma atleticana reclamou de ter sido "agarrada e beijada à força."
Trata-se de uma estudante de fisioterapia de 22 anos. Ela acusou um advogado, de 40, de tê-la agarrada e beijada sob justificativa que "o Atlético fez gol". Eles foram levados para a Delegacia de Mulheres, no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde foi registrado um boletim de ocorrências.
"Fui agarrada e beijada à força", reclamou a jovem que não quis se identificar. O advogado se defendeu e disse que não cometeu o ato apontado pela jovem. Eles seriam conhecidos, o que não justifica a ação.
O Mineirão já havia recebido denúncias de importunação sexual nos jogos do Atlético-MG contra o Grêmio e diante do Corinthians, em ação semelhante. A torcedora Débora Cotta também acusou um atleticano de beijá-la à força no embate com os paulistas.
A assessoria de imprensa do Mineirão divulgou nota informando que "o estádio repudia qualquer ato de importunação sexual e de violência de gênero, raça ou cor." O Atlético-MG também já havia reprovado os atos criminosos e prometido agir para coibi-los.
"O clube irá atuar de forma contundente junto às autoridades e à segurança do estádio, no sentido de coibir essa prática e exigir punição aos infratores. O Atlético manifesta absoluto repúdio aos casos de importunação sexual registrados nos últimos jogos no Mineirão."
A lei que tornou crime a importunação sexual entrou em vigor em 2018. A pena prevista é de um a cinco anos de cadeia. Mas até agora nenhum acusado no Mineirão foi punido.
O Mineirão receberá, dia 10 de dezembro, visita de vereadoras da Comissão de Mulheres na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Ela vão ao estádio para averiguar a estrutura técnica e tecnológica disponibilizada para prevenção, atendimento e combate a casos de importunação sexual durante eventos.