Estadão

Minerva Foods registra lucro líquido de R$ 141,5 mi no trimestre, alta de 95,5%

A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 141,5 milhões no terceiro trimestre de 2022. O valor representa alta de 95,5% ante o lucro de R$ 72,4 milhões reportado em igual período de 2021. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou o recorde R$ 806,2 milhões, avanço de 24,4% sobre os R$ 648,1 milhões verificados no mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda foi de 9,6%, ante 8,8% no terceiro trimestre de 2021. Já a receita líquida obtida entre julho e setembro cresceu 14,5% e somou R$ 8,437 bilhões, ante R$ 7,368 bilhões obtidos nos três meses do ano anterior, segundo a empresa.

O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,18 vezes, menor nível desde 2008, ante 2,3 vezes no segundo trimestre deste ano e de 2,4 vezes há um ano. O fluxo de caixa livre, após despesas financeiras, capex e capital de giro, totalizou R$ 601 milhões e R$ 536 milhões após o efeito caixa dos derivativos. No terceiro trimestre desse ano, o fluxo de caixa livre foi de R$ 992 milhões. Desde 2019, a companhia acumulou mais de R$ 4,5 bilhões em geração de caixa livre.

Além disso, a companhia destacou o pagamento dos dividendos intercalares. Em agosto, o montante foi de R$ 128,1 milhões ou R$ 0,22/ação. Nos nove meses do ano, a companhia distribuiu aproximadamente R$ 0,56/ação totalizando R$ 328,1 milhões em proventos para seus acionistas.

O diretor de Relações com Investidores, Edison Ticle, reforçou que o caixa acumulado pela companhia está sendo utilizado para recompra de dívidas, com parte dos Bonds emitidos pela empresa sendo readquiridos a preços mais atraentes. O executivo acrescentou que outras operações similares poderão ocorrer nos próximos meses.

No comunicado, a empresa aponta que o mercado internacional de carne bovina segue com fundamentos e perspectivas positivas, em particular para a América do Sul. O aumento na disponibilidade de animais prontos para o abate, somado com a restrição na oferta norte-americana de carne bovina ao longo dos próximos anos, proporcionam oportunidades únicas para os exportadores sul-americanos, inclusive para abertura de novos mercados, como Japão e Coreia do Sul.

A empresa atribui os resultados no terceiro trimestre ao bom desempenho das exportações e ao preço da carne no mercado internacional. A Ásia continua sendo o grande comprador, "com a China representando um terço da receita bruta no período", afirmaram executivos. Para se ter ideia, 69,7% da receita consolidada do trimestre é proveniente das vendas ao mercado externo, as quais a Minerva segue como líder na América do Sul, com um market share de aproximadamente 20% no continente.

Na Austrália, o CEO da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz, apontou que a companhia chegou ao volume de abate de 12 mil cordeiros/dia. Segundo o executivo, a aquisição da Australian Lamb Company (ALC), maior frigorífico de cordeiro da Austrália, faz parte da estratégia de diversificação da companhia e proporciona "abertura de portas" para outros mercados, especialmente no sudeste Asiático. "Alavancarmos o cordeiro em mercados que temos grande penetração, como o Oriente Médio", disse. Ticle acrescentou que os recursos da aquisição sairão do caixa da companhia. "Fechamos (o caixa) com R$ 8,4 bilhões que dá e sobra para fazer frente à aquisição", avaliou.

No terceiro trimestre de 2022, os abates da Minerva aumentaram 3,5% ante o 3tri21, para 983,9 mil cabeças, mas caíram em relação ao volume abatido no trimestre anterior. A Minerva também informou que o volume de vendas aumentou 8,6%, passando de 297,5 mil toneladas para 323,1 mil toneladas.

Para o próximo trimestre, as perspectivas, segundo Galletti, são positivas, já que o último trimestre do ano tende a ser mais favorável para o consumo de carne bovina em razão das festividades de fim de ano. "O cenário é de ciclo pecuário positivo no Brasil e na América do Sul, com boa disponibilidade de animais terminados para abate no próximo ano", disse Ticle.

O executivo citou a estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para falar sobre uma queda de 10% na oferta dos Estados Unidos em 2023. "Gap deve beneficiar América do Sul. Nos próximos 12 a 24 meses o cenário é extremamente positivo. Os estoques dos países compradores também seguem abaixo dos níveis normais. As margens da empresa devem continuar em patamares bons", avaliou.

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