O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira, 3, mudanças no Calendário Nacional de Vacinação de 2017, entre elas a ampliação do público-alvo de seis vacinas no País: tríplice viral, tetra viral, dTpa adulto, HPV, meningocócica C e hepatite A.
A medida já é válida em todos os postos de saúde do Brasil desde o início de 2017. O objetivo é aumentar a proteção de crianças, ampliar a imunidade de adolescentes e diminuir casos de caxumba entre adultos. Segundo o ministro da pasta, Ricardo Barros, a alteração foi possível devido à economia de R$ 66,5 milhões na negociação da compra das doses das vacinas contra hepatite A, dTpa gestantes e HPV, que tiveram redução nos custos de cerca de 10% cada.
Assim, o orçamento anual para vacinação, estimado em R$ 3,9 bilhões, não sofrerá alterações. “Estamos comprando vacinas mais baratas, apertando os fornecedores, e com isso estamos ampliando a vacinação para outras faixas etárias e permitindo que as pessoas possam se vacinar em uma faixa de tempo mais ampliada”, declarou Barros.
Com a economia, também foram compradas este ano 11,5 milhões de doses a mais da vacina contra a febre amarela. O novo calendário amplia a idade máxima para vacinação contra hepatite A e varicela, de até 2 anos para até 5 anos. A tetra viral (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela), que antes era administrada até os 2 anos de idade, passa a ser aplicada de 15 meses até 4 anos.
Outra alteração é o aumento na idade máxima para crianças e adolescentes receberem reforço de vacinas, como é o caso da meningite C. A idade máxima mudou de até 2 anos para até 4 anos. Também será oferecido um reforço para adolescentes de 12 a 13 anos.
De acordo com o ministro, o intuito da ampliação do período para reforços da vacinação é dar uma “nova chance” para os pais que não vacinaram os filhos na infância. “Hoje, 95% das crianças são vacinadas regularmente, mas queremos dar uma chance para que as poucas mães que não puderam comparecer no período correto também possam cumprir o calendário”, disse.
A partir deste ano, as meninas terão o período de vacinação contra HPV ampliado de 9 a 14 anos – até o ano passado, a idade máxima era de 13 anos. Como já havia sido anunciado, em 2017 a vacina contra HPV passou a ser oferecida para os meninos na faixa etária de 12 a 13 anos.
A vacina também se estenderá para homens vivendo com HIV e aids, entre 9 e 26 anos, e para pessoas com baixa imunidade. Desde 2015, mulheres (de 9 a 26 anos) com HIV/aids já recebem a vacina. O Ministério anunciou que será ofertada vacina da tríplice viral em adultos para diminuir a incidência de caxumba. No ano passado, houve um surto da doença no País em 19 unidades da Federação.
Antes, adultos recebiam a segunda dose da vacina até 19 anos. Agora, a segunda dose pode ser aplicada para a população de 20 a 29 anos ou é recomendada uma dose única dos 30 aos 49 anos. A dose da vacina também é usada contra o sarampo e a rubéola. Antes recomendada para grávidas entre a 27.ª e 36.ª semana de gestação, a dTpa passa a ser ofertada mais cedo e por um período mais longo: a partir da 20.ª semana ou no puerpério, ou seja, até 45 dias após o parto. O objetivo é aumentar a proteção dos bebês e mães contra coqueluche, cujos casos vêm crescendo.
Além da ampliação na oferta de vacinas, Barros também confirmou que a vacinação contra a gripe será disponibilizada para a população a partir do dia 17 de abril. Os profissionais da saúde receberão a dose antes, a partir do dia 10 do próximo mês. O ministro disse que alguns Estados poderão ter recebimento antecipado, principalmente “os mais frios”. Como mudanças no público-alvo, o ministério anunciou que os professores também poderão se vacinar este ano. A expectativa é de vacinar 54 milhões de brasileiros, cerca de 4 milhões a mais do que o ano passado.