Diante da baixa adesão à campanha deste ano de vacinação contra a gripe, o Ministério da Saúde recomendou que Estados e municípios mantenham a vacinação. Oficialmente, a mobilização termina nesta sexta-feira, 5. Balanço mostra que 73% do público-alvo compareceu aos postos para receber a dose do imunizante, porcentual bem inferior à meta do governo. Quando a iniciativa teve início, o plano era imunizar pelo menos 80% de todos os grupos prioritários, o equivalente a 49,7 milhões de pessoas. O ministério recomenda que a vacina continue a ser aplicada até que essa marca seja atingida.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o único grupo que atingiu a meta de vacinação foi o de mulheres que tiveram filhos há menos de 45 dias. Nessa parcela da população, 92% do público-alvo foi vacinado. Entre idosos, a cobertura vacinal foi de 76%. O pior indicador foi entre indígenas: 62,9% receberam imunizante. A análise regional também não é animadora. Apenas cinco estados atingiram a meta: Amapá (89,4%), Paraná (83,5%), Santa Catarina (82,2%) Espírito Santo (81,8%) e Amazonas (81,4%).
A campanha teve início em 4 de maio, com previsão de encerramento no dia 22 do mesmo mês. Para atingir a meta de imunizar 80% do público-alvo, o Ministério da Saúde prorrogou a campanha até 5 de junho. Mas não foi suficiente. Esta não é a primeira vez que campanhas de vacinação contra gripe apresentam uma baixa adesão da população e precisam ser prorrogadas.
A baixa adesão é atribuída sobretudo ao mito de que a vacina, em vez proteção, possa elevar o risco de contrair a doença. Essa associação, no entanto, há tempos é descartada por especialistas. Os efeitos colaterais provocados pela aplicação do imunizante, esclarece o ministério, são outros: pode ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema (vermelhidão no local) e enrijecimento, manifestações que costumam passar em 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com histórico de reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. É importante procurar o médico para mais orientações.