O Ministério Público espanhol pediu nesta segunda-feira para a Corte Nacional do país julgar e investigar o atual presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, pelo suposto de caso de fraude fiscal na contratação do atacante brasileiro Neymar junto ao Santos.
Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, o promotor Jose Perals solicitou ao juiz Pablo Ruz uma investigação contra Bartomeu e o clube por supostamente terem fraudado o Fisco da Espanha em 2,8 milhões de euros (aproximadamente R$ 8,6 milhões).
Além disso, segundo a acusação apresentada pelo Ministério Público, o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell teria cometido dois delitos fiscais e um societário na contratação de Neymar, com penas de prisão de um a cinco anos no primeiro e seis meses a quatro no outro tipo de crime. Já o Barcelona teria cometido dois delitos fiscais, que se referem ao pagamento de Imposto de Renda sobre os não-residentes de 2011 e 2013.
Segundo o Ministério Público, o Barcelona pagou um total de 82,743485 milhões de euros (R$ 253 milhões) por Neymar e agora teria que desembolsar mais 12,148696 milhões de euros (R$ 37 milhões) ao Fisco, o que dá um total de 94,892181 milhões de euros (R$ 290 milhões). Anteriormente, o clube catalão pagou 13,550830 milhões de euros (R$ 41 milhões) para a Receita Federal, valor que poderia ser encarado como atenuante de reparação aos danos cometidos.
Ruz está supervisionando uma investigação sobre se Rosell desviou fundos para esconder o valor da transferência pago ao Santos por Neymar. Anteriormente, o juiz exigiu que o pai do atacante brasileiro fornecesse documentos sobre a transação, incluindo os termos e condições de pagamento.
A contratação de Neymar pelo Barcelona está sob investigação praticamente desde que a negociação foi sacramentada, com o jogador brasileiro sendo apresentado aos torcedores no Camp Nou em 3 de junho de 2013. A polêmica provocou até a saída de Rosell do comando do clube, mas ainda não chegou ao fim.