A ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Castera, criticou nesta quarta-feira, a mensagem política do tenista Novak Djokovic durante uma partida no torneio Roland Garros. Em entrevista à estação de TV France 2, a parlamentar considerou a atitude "inapropriada" e afirmou que a diretora do Aberto da França conversou com a comitiva do tenista em nome do princípio da "neutralidade" no campo de jogo.
"Quando se trata de defender os direitos humanos e unir as pessoas em torno de valores universais, um esportista é livre para fazê-lo", disse ela. No entanto, Oudea-Castera acrescentou que a mensagem de Djokovic era "militante, muito política" e "não deve ser repetida".
Após uma vitória na primeira rodada do torneio francês nesta segunda-feira, Djoko escreveu em sérvio nas lentes de uma câmera de TV o seguinte texto: "Kosovo é o coração da Sérvia. Pare a violência."
O gesto não caiu bem e provocou uma resposta da federação do Kosovo no dia seguinte. A entidade classificou a atitude do tenista como "deplorável" por aumentar as tensões entre Sérvia e Kosovo.
Em meio à polêmica criada, a Federação Internacional de Tênis (ITF) agiu de forma protocolar e não abriu processo disciplinar. "Recebemos uma carta de Kosovo à qual respondemos", disse o presidente da ITF David Haggerty.
Haggerty, no entanto, pediu cautela aos competidores e acrescentou que "os atletas devem ter cuidado com suas opiniões políticas. Esportes e política é o que temos falado e realmente queremos mantê-los separados."
Djokovic falou sobre o assunto na segunda-feira com os jornalistas sérvios e disse que achava que o que escreveu na câmera de TV era "o mínimo que eu poderia fazer. Sinto responsabilidade como figura pública… e também como filho de um homem que nasceu em Kosovo."
Sem mencionar Djokovic pelo nome, os organizadores do Aberto da França indicaram em um comunicado divulgado na terça-feira que nenhuma regra foi quebrada. "Ocasionalmente, as discussões sobre eventos de notícias internacionais entram no reino do torneio, o que é compreensível."