Um porta-voz do governo do Chile afirmou que o ministro das Relações Exteriores do país, Heraldo Muñoz, deve seguir no gabinete, em meio à mudança de equipe preparada pela presidente Michelle Bachelet. Segundo o porta-voz, Álvaro Elizalde, Muñoz é elogiado por Bachelet em suas funções, particularmente no processo internacional em Haia entre Chile e Bolívia, com La Paz pedindo acesso ao mar. Já o ministro das Finanças, Alberto Arenas, e o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, podem deixar o posto, na avaliação do analista político Max Colodro, colunista do jornal local La Tercera.
Bachelet anunciou que todos os ministros deveriam encaminhar pedidos de renúncia, enquanto ela decidirá, até o fim da semana, quem permanece e quem deve sair do governo. É a primeira mudança importante no gabinete desde que Bachelet assumiu o atual mandato, há pouco mais de um ano.
O presidente do Banco Central do Chile, Rodrigo Vergara, disse que a atitude da presidente foi “normal”. “Eu acho que devemos ver isso como simplesmente parte do processo democrático, que ocorre em todo país no mundo”, disse Vergara a repórteres. Segundo ele, o BC se preocupa com o fato de que os investimentos e o consumo continuam a mostrar sinais de fraqueza no país.
O anúncio de Bachelet foi feito no fim da quarta-feira, em entrevista na televisão. Segundo a presidente, o país estava vivendo uma crise de confiança, gerando sérias dúvidas sobre a elite política e empresarial.
Bachelet enfrenta desaceleração econômica, vinculada aos investimentos mais fracos no crucial setor de mineração de cobre, prejudicado em parte pela incerteza sobre as políticas do governo. O governo elevou impostos para empresas para ajudar a pagar uma reforma da educação, mas os empresários reagiram, iniciando uma campanha contra mudanças planejadas pelo governo para dar mais poder aos sindicatos.
Três escândalos de corrupção prejudicaram a confiança no governo, especialmente no Congresso e em Bachelet. O filho da presidente, Sebastián Dávalos, é apontado como suspeito por suposto favorecimento em um empréstimo bancário.
Nesta semana, a Adimark informou que a taxa de desaprovação de Bachelet atingiu o recorde de 64% em abril. Entre os ouvidos, 70% desaprovavam o governo em geral. Bachelet governou o Chile entre 2006 e 2010, mas já descartou tentar um terceiro mandato. Fonte: Dow Jones Newswires.