O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, sugeriu em despacho que os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais incluam cláusula sobre desmatamento no acordo que devem assinar com o Ministério Público Federal (MPF) referente à crise hídrica. Os três Estados se comprometeram perante o STF, em novembro do ano passado, a apresentar propostas para o enfrentamento da crise de falta de água na região Sudeste, incluindo a definição sobre obras de transposição do Rio Paraíba do Sul.
A discussão foi levada ao Tribunal pelo MPF, que pedia inicialmente que a captação de água para o abastecimento do Estado de São Paulo fosse proibida, sob alegação de que seriam necessários estudos adicionais para analisar o impacto da obra no meio ambiente. Por intermédio do STF, os governadores concordaram em chegar a um acordo sobre o tema. Até que isso seja feito, o processo fica suspenso.
O prazo inicial para apresentar o texto havia sido agendado para o final de fevereiro, mas foi postergado. Fux atendeu pedido do MPF para que o caso fique suspenso até o final de julho, já que as tratativas estão em fase final.
O ministro Luiz Fux, que é o relator do caso no Supremo, juntou ao processo neste mês um ofício enviado pela Frente Parlamentar Ambientalista sobre a relação entre disponibilidade de água e desmatamento. O ofício encaminhado aponta que o Sistema Cantareira tem “apenas 34%” do espaço com cobertura de Mata Atlântica.
A partir daí, Fux pediu que os governadores dos três Estados e que o MPF informem sobre a chance de incluir no acordo uma cláusula na qual todos se comprometam a estabelecer metas de recuperação ou conservação da vegetação nativa.