Alguém tinha dúvidas de que, passado o escândalo no Ministério dos Esportes, com a queda do sexto ministro do governo Dilma Rousseff, o quinto envolvido em denúncias de corrupção, a mídia focaria em um novo nome do primeiro escalão? Pois bem, uma semana se passou e agora o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), apadrinhado diretamente pelas maiores centrais sindicais do país, com exceção da CUT, é a bola da vez. Reportagem da revista Veja mostra ligações perigosas entre o chefe da pasta e ONGs, numa prática tão parecida quanto – para não dizer igual – aquela que levou a queda de Orlando Silva.
Mal a revista chegava às ruas na manhã de sábado, Lupi promoveu a demissão imediata do assessor direto envolvido nas denúncias. Sem dar chance de defesa, foi uma ação imediata de quem parece ter percebido que a água nos pés rapidamente poderia chegar a sua cintura e – provavelmente – ao pescoço em pouquíssimo tempo. Seguindo o ritual de queda de outros ministros, Dilma imediatamente chamou sua tropa de choque ao Palácio do Planalto para começar a se preparar para mais uma semana de tormento. Porém, desta vez, a reunião teve um componente diferente. O assunto abordado pela revista parecia não soar como novidade no primeiro escalão. Ou seja, as denúncias já eram conhecidas do governo federal que, mesmo assim, até então – como nos outros casos – não tomou providência alguma.
Nesta segunda-feira pela manhã, cinco presidentes de centrais sindicais, tendo a Força Sindical à frente, assinaram um documento em conjunto em defesa de Carlos Lupi. O teor é praticamente igual às defesas anteriores. Mais uma vez trata-se de uma ação orquestrada por parte da mídia no sentido de desestabilizar o governo e as ações positivas que vêm sendo feitas em favor da população.
Traduzindo: Lupi é honesto, não praticou qualquer ato ilícito. A culpa – de novo – é da imprensa golpista. A nota, porém, não explicou porque o ministro se apressou em demitir o assessor envolvido diretamente nas denúncias. Também não será de se estranhar se a mídia trouxer nos próximos dias fatos novos que tornem insustentável a permanência do ministro no primeiro escalão de Dilma. Daqui a pouco o ano terminará e a presidente terá como principal legado em seu primeiro quarto a troca desenfreada de ministros. E mais nada.