O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou nesta terça-feira, 3, que o novo governo assume o País com um significativo déficit na infraestrutura de transporte e que será necessário, no curto prazo, um esforço "tremendo" para recuperação da malha rodoviária e retomar obras paralisadas por falta de recurso. "Estamos assumindo um país com significativo déficit de infraestrutura de transporte. Ao mesmo tempo que construiremos, estaremos consertando algo sempre", disse, ao assumir o cargo, citando que houve uma grande depreciação da infraestrutura rodoviária e ferroviária nos últimos quatro anos.
E acrescentou: "No curto prazo, este ministério terá que fazer um esforço tremendo de recuperação da malha rodoviária. Precisará retomar todas as obras paradas por falta de recursos. Será necessário se debruçar sobre contratos de estradas concedidas e ampliar a participação da iniciativa privada."
Segundo o ministro, as estradas brasileiras estão sobrecarregadas e os investimentos são insuficientes. Ele citou que nos últimos anos a pasta teve o menor nível de recursos disponível.
"A recuperação de toda a malha rodoviária demanda algo em torno de R$ 100 bilhões em investimentos", disse Renan Filho.
Ele citou que a situação atual também causa prejuízos e perdas. "Gera desperdício de mais de R$ 4 bilhões anualmente só em consumo excessivo de diesel."
<b>Apoio do setor privado em programa de concessões</b>
O ministro dos Transportes sinalizou que o novo governo conta com o setor privado para dar o impulso necessário ao programa de concessões. No seu primeiro discurso no comando da pasta, ele afirmou que buscará ampliar a participação de ferrovias na matriz e falou na duplicação de rodovias e construção de terceiras faixas, para aumentar a segurança nas vias.
"Investiremos com critério onde precisa ser investido e contaremos com o setor privado para dar o impulso necessário ao programa de concessões. Vamos modernizar a logística nacional, reduzindo custos e contribuindo para o setor produtivo.", disse Renan Filho, citando que os Estados com malha mais depreciada terão mais atenção.
O ministro afirmou que manterá diálogo aberto com o Congresso Nacional, com órgãos de controle, Judiciário e sociedade civil para "garantir uma gestão pautada pela integridade, eficiência, transparência e tecnicidade". "O Ministério dos Transportes se guiará pelas melhores práticas de Governança, pela preocupação com o aspecto social e pelo respeito ao meio ambiente."
<b>Capacidade de investimento, com sustentabilidade fiscal</b>
Renan Filho destacou também que o Brasil precisa encontrar capacidade de investimento, mas garantindo sustentabilidade fiscal. Ele disse que o que o País enfrenta atualmente é semelhante ao que viveu em Alagoas, Estado que governou por oito anos.
O ministro afirmou que, enquanto o Brasil tem 60% das estradas com problemas graves, Alagoas tem quase 70% de estradas boas ou ótimas.
Para isso, ele afirmou que foi necessário um ajuste fiscal, que começou pela renegociação da dívida do Estado, o que permitiu a retomada da capacidade de investimentos em áreas prioritárias.
"Foi necessário um profundo ajuste fiscal para recuperação da capacidade de investimento do Estado", disse. "O dilema do Brasil é semelhante, encontrar capacidade de investimento garantindo sustentabilidade fiscal", acrescentou Renan Filho, citando confiança no trabalho da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.