O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse neste domingo, durante uma visita ao Iraque, que Paris vai fornecer “várias toneladas” de ajuda a centenas de milhares de desalojados internos do Iraque e pediu aos líderes em Bagdá que se unam contra militantes sunitas que tomaram grandes porções do território do país.
Falando durante uma coletiva de imprensa ao lado do ministro interino de Relações Exteriores iraquiano, Hussain al-Shahristani, Fabius disse que sua visita tem como objetivo estimular os esforços humanitários no norte do Iraque, onde dezenas de milhares de integrantes da minoria yazidi fugiram para as montanhas e até mesmo para a vizinha Síria para escapar do grupo Estado Islâmico (anteriormente conhecido como Estados Islâmico do Iraque e do Levante, EIIL).
“A ordem é a solidariedade”, declarou Fabius em Bagdá. Ele convocou os iraquianos a formarem um “governo de ampla unidade de maneira que todos os iraquianos se sintam representados e, juntos, liderem a batalha contra o terrorismo.”
O diplomata francês também se reuniu com o primeiro-ministro Nouri al-Maliki antes de se dirigir à capital regional curda, Irbil.
Os combatentes do Estado Islâmico tomaram grande parte do território iraquiano no norte e oeste do país. O avanço do grupo contra Irbil nos últimos dias fez com que os Estados Unidos lançassem ataques aéreos contra a região pela primeira vez desde que suas tropas deixaram o Iraque, no final de 2011, após oito anos de guerra.
O Exército norte-americano disse que uma terceira rodada de ataques realizada por jatos de combate e aviões teleguiados, também chamados de drones, atingiu veículos blindados e caminhões do grupo que eram usados no ataque a civis.
Aviões norte-americanos e iraquianos também lançaram ajuda para os yazidis. Milhares de integrantes dessa minoria estão confinado no topo de uma montanha desde que os militantes tomaram Sinjar na semana passada.
O presidente Barack Obama advertiu os norte-americanos no sábado que a última campanha militar no Iraque será um “projeto de longo prazo”, cuja extensão vai depender do tempo que os líderes iraquianos levarão para resolver suas diferenças e, assim, confrontar a insurgência.
“Eu não acho que vamos resolver este problema em semanas”, disse Obama.
O rápido avanço do Estado Islâmico em todo o Iraque em junho colocou o país em sua pior crise desde que as tropas norte-americanas se retiraram, no final de 2011.
O governo da Alemanha informou neste domingo que apoia os ataques aéreos norte-americanos no Iraque contra extremistas que atacam integrantes da minoria yazidi, afirmou o ministro de Relações Exteriores alemão.
“Tendo em vista a catástrofe humanitária, nós apoiamos a intervenção dos Estados Unidos”, disse Frank-Walter Steinmeier. Ele afirmou também que os esforços norte-americanos são muito importantes para evitar o avanço ainda maior do grupo. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.