O ministro de Relações Exteriores da Coreia do Sul, Yun Byung-se, afirmou neste sábado que o teste nuclear conduzido na sexta-feira pela Coreia do Norte mostrou que a capacidade nuclear do país atingiu “nível considerável”, após progressos rápidos nos últimos dez anos.
Também no sábado, houve protestos em Seoul contra o teste realizado pelo governo de Kim Jong Un, da Coreia do Norte. Cidadãos sul-coreanos seguravam cartazes com a foto do líder norte-coreano pedindo sua saída do poder.
Ontem à noite, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o teste nuclear, dizendo que daria início a um processo de consultas sobre “medidas apropriadas” em resposta. O comunicado disse que as ações da Coreia do Norte demonstraram uma “clara violação” e um “desprezo flagrante” das atuais resoluções do conselho, bem como de um tratado para paz e estabilidade internacional.
O lançamento do míssil nuclear ocorre oito meses após o último teste ordenado por Pyongyang e é o quinto registrado até o momento. A explosão foi a mais forte até então. A vizinha Coreia do Sul identificou o teste nuclear a partir de um tremor de terra de 5,3 graus.
A Coreia do Norte afirma que a “estandardização” de ogivas permitirá ao país produzir “de acordo com seu interesse e na quantidade desejada uma variedade de pequenas, leves e diversificadas ogivas nucleares com maior poder de ataque. Isso poderia indicar que o país se sente confiante para construir e produzir em massa ogivas de pequeno porte e introduzi-las em mísseis balísticos.
Dada esta declaração e o que cientistas do país aprenderam com os quatro lançamentos anteriores, a Coreia do Norte poderia ter agora armas nucleares capazes de atacar seus vizinhos asiáticos, segundo o especialista nuclear Whang Joo-ho, da Kyung Hee University, da Coreia do Sul.
A diretora executiva da Associação de Controle de Armas, baseada em Washington, Daryl Kimball, fez avaliação semelhante. Para ela, a Coreia do Norte já tem ou está muito próxima de ter condições de dotar mísseis balísticos de curto alcance com ogivas nucleares.
A dúvida que permanece é se Pyongyang já pode fazer ogivas pequenas e leves o suficiente para serem instaladas em mísseis aptos a chegar aos Estados Unidos, o que exige uma tecnologia mais avançada.
Segundo Kimball, a Coreia do Norte ainda não demonstrou ser capaz de lançar um míssil de médio ou longo alcance que possa voltar a entrar na atmosfera da Terra e ainda está distante de possuir um míssil balístico intercontinental, como o que poderia ser utilizado para atingir áreas continentais dos EUA. Fonte: Associated Press.