Os ministros de Finanças da zona do euro pedem que o governo grego se apresse na apresentação de um plano que detalhe como o país pretende pagar sua dívida com credores internacionais. Alguns deles, inclusive, têm manifestado aborrecimento com a falta de progresso nas negociações.
“Já estou bastante irritado com essa questão”, disse o ministro de Finanças da Áustria, Hans Jörg Schelling, que, nesta sexta-feira, na Letônia, se encontra com seus colegas da zona do euro em reunião do Eurogrupo, grupo informal de ministros de Finanças do bloco.
Conversas técnicas entre a Grécia e seus credores internacionais têm se arrastado há semanas sem um acordo sobre as revisões e cortes no orçamento do governo grego, que precisam ser implementadas em troca de ajuda sustentada. A reunião de ministros na Letônia vem antes de mais uma tentativa de acordo, cujo prazo final é o fim de abril.
“Nós estamos conversamos, mas falta substância”, disse o ministro das Finanças eslovaco, Peter Kazimir. “Estamos à espera de propostas reais”, acrescentou. Kazimir declarou ainda que, em vez de se concentrar sobre o prazo do fim de abril, todas as partes devem se certificar de que eles podem chegar a um acordo antes do fim de junho, quando expira o acordo de resgate da Grécia com a zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI), de 240 bilhões de euros.
Depois disso, a Grécia terá de pagar mais de 6 bilhões de euros em dívidas para o Banco Central Europeu (BCE), e é provável que seja incapaz de cumprir esta obrigação sem conseguir mais crédito internacional.
Alguns ministros, incluindo o holandês Jeroen Dijsselbloem, que lidera as negociações com os seus colegas da zona do euro, dizem que o ambiente de trabalho entre os dois lados tem melhorado, mas que ainda é necessário acelerar o processo.
O austríaco Schelling afirmou também que o progresso tem deixado a desejar. “Não se pode confirmar que estamos avançando em passos essenciais”, disse, acrescentando que “percepções divergentes” sobre o que é preciso ser feito têm dificultado as conversas com o governo grego. “Nós estamos perdendo muito tempo”, afirmou.
O governo de extrema-esquerda primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tem se recuado a aceitar mais medidas de austeridade, em especial no sistema previdenciário do país e outras voltadas para o mercado de trabalho, que haviam sido aceitas pelo governo anterior em acordo de resgate de 2012. Fonte: Dow Jones Newswires.