A Mitsubishi demitiu “cerca de 400” operários na fábrica de Catalão, interior de Goiás, informou o Sindicato dos Metalúrgicos da região. Segundo a entidade, os desligamentos foram anunciados pela empresa na última sexta-feira, 02. Esse é o segundo grande corte realizado pela montadora japonesa em pouco mais de três meses. Em julho deste ano, a companhia já tinha demitido cerca de 200 trabalhadores da unidade.
De acordo com o sindicato dos metalúrgicos, a Mitsubishi não comunicou previamente sobre as demissões da última sexta-feira, “impedindo um diálogo na tentativa de encontrar alguma alternativa”. A entidade ressalta também que os desligamentos infringem acordo mediado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em julho, que garantia estabilidade no emprego para trabalhadores da fábrica de Catalão até o fim de outubro deste ano.
Em protesto contra os cortes, o sindicato realizou na manhã desta segunda-feira, 05, ato na porta da fábrica pedindo a reintegração dos demitidos. A entidade também agendou para 17 horas uma caminhada pela cidade “em favor do emprego e do Brasil”. Antes disso, às 14h30, está prevista uma audiência de mediação entre montadora e sindicato no MPT. Procurada, a Mitsubishi informou que só vai se pronunciar após essa reunião.
Férias coletivas
Os protestos desta segunda-feira ocorrem no mesmo dia em que os funcionários da fábrica de Catalão da Mitsubishi entraram em férias coletivas. De acordo com a montadora, os funcionários devem ficar em casa por 20 dias. É a segunda vez neste ano que a empresa recorre à medida. Após as demissões de julho, os cerca de 3 mil trabalhadores da unidade passaram 10 dias afastados, para evitar mais demissões na planta.
Na fábrica de Catalão, a Mitsubishi produz os modelos L200, Lancer e ASX. Desde maio, a unidade passou a montar também o jipe Jimmy, após o fechamento da fábrica da Suzuki em Itumbiara, interior de Goiás, onde o modelo era fabricado até então. A planta tinha sido inaugurada em 2013. No Brasil, as duas marcas japonesas são coligadas e representadas pelo grupo Souza Ramos e pelo banco BTG Pactual.
Volks
Nesta segunda-feira, a produção também está paralisada, nos três turnos, na fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP). Segundo o sindicato dos metalúrgicos da região, a empresa informou que a paralisação foi motivada pela falta de peças, após problemas com fornecedor. Em alguns dias da semana retrasada, o mesmo problema paralisou a produção na unidade em diferentes turnos.