Policial

Mizael Bispo não explica ligações feitas a comparsa no dia da morte de Mércia

Ele e Evandro Bezerra Silva afirmam ser inocentes em audiência no Fórum

No quarto dia da audiência do caso da morte da advogada Mércia Nakashima, o acusado pelo crime, Mizael Bispo de Souza, foi interrogado nesta quinta-feira, dia 21, no Fórum Central de Guarulhos. Ele continuou negando a realização do ato e afirma ser vítima de uma "armadilha".

Questionado em testemunho sobre ter realizado 16 ligações no dia do desaparecimento de Mércia para o vigia Evandro Bezerra Silva – também acusado pelo crime, ele afirmou lembrar apenas de "dois ou três" telefonemas.

Mizael também alega que está sendo vítima. "Foi uma armadilha que foi feita para mim. Eu não sei quem foi. Neste ramo (a advocacia) a gente cria inimigos, afirma. "Quem comete essa barbaridade e coloca alguém que não tem nada a ver com isto, deve pagar pelo que fez", completou.

O acusado entrou em contradições no depoimento. O juiz Leandro Bittencourt Cano questionou o Mizael no dia em que a advogada foi desaparecida. O ex-policial conta que no final do dia encontrou uma moça de olhos castanhos, morena clara, com aproximadamente 1,60 e cabelos pretos em frente ao uma caça noturna. Ele disse que ficou com ela por uma hora e meia. No entanto, em ocasião anterior, Mizael teria afirmado que o encontro durou três horas.

Bezerra também foi interrogado no período da tarde. Antes do interrogatório o juiz ofereceu a possibilidade da delegação premiada, que tem como condição a diminuição da pena. Bezerra não aceitou por declarar que não participou do assassinato de Mércia.

Ele ainda alega que foi torturado em Sergipe, local onde foi preso, depois de um interrogatório do delegado Antonio Olim. Segundo o vigia, Olim ouviu o depoimento dele no período da tarde e depois Evandro teria sido torturado por policiais. "Eles colocaram uma fita crepe na minha boca e um saco plástico na minha cabeça para eu confessar com o crime", conta Bezerra.

O juiz vai depender da decisão do Tribunal de Justiça sobre o Habeas Coupus de competência, que determina se o caso será transferido para a comarca de Guarulhos ou Nazaré Paulista, para definir se os réus serão acusados em júri popular.

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