Rebeldes lutaram contra o exército moçambicano neste domingo pelo quinto dia consecutivo pelo controle da cidade estratégica de Palma, no norte do país. Os relatos eram de que dezenas de civis foram mortos e os corpos estavam espalhados pelas ruas. O destino de dezenas de trabalhadores estrangeiros do setor de energia também era desconhecido.
Alguns dos mortos foram decapitados, de acordo com a Human Rights Watch. A tentativa de trabalhadores expatriados de fugir para um local seguro ocorreu sob tiros, causando muitas mortes, de acordo com reportagens da mídia local.
A batalha por Palma destaca a crise militar e humanitária em Moçambique. A insurgência de três anos dos rebeldes, que são principalmente jovens muçulmanos insatisfeitos, na província de Cabo Delgado já ceifou mais de 2.600 vidas e deslocou cerca de 670.000 pessoas, de acordo com a ONU.
Os ataques em Palma começaram na quarta-feira, poucas horas depois de a empresa francesa de energia Total anunciar que retomaria os trabalhos nos arredores da cidade para o seu projeto de gás natural em Afungi, perto da fronteira nordeste de Moçambique com a Tanzânia. Ataques rebeldes anteriores levaram a Total a suspender em janeiro os trabalhos no projeto de extração de gás de locais offshore.
O exército moçambicano tem lutado contra os rebeldes em vários locais para retomar o controle de Palma, disse o coronel Omar Saranga, porta-voz do Ministério da Defesa, neste domingo na capital Maputo. Centenas de residentes de Palma, locais e estrangeiros, foram resgatados, afirmou Saranga, acrescentando que as forças de defesa estão lutando "para conter o criminoso ataque de terroristas e restaurar a normalidade em Palma". Fonte: Associated Press.