O Dollar Index (DXY) registrou forte alta nesta sexta-feira, 17, após a decisão do Banco do Japão (BoJ) de manter a política monetária relaxada derrubar o iene às mínimas desde outubro de 1998. Também em destaque negativo, a libra se deteriorou em meio a incertezas sobre os planos do Banco da Inglaterra (BoE). Investidores monitoraram ainda declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, encerrou a sessão com ganho de 1,03%, a 104,700 pontos, com valorização de 0,53% na semana. "O maior aumento de juros do Fed em décadas foi o bilhete do dólar para novos picos de 2022", ressalta o analista Joe Manimbo, do Western Union, em referência à decisão do BC americano de subir a taxa básica em 75 pontos-base.
O presidente do BC do Fed, Jerome Powell, reiterou o foco em retornar a inflação à meta de 2%. Já a líder da distrital em Kansas City, Esther George, explicou que preferiu uma elevação de 50 pontos-base na taxa básica por temores de que um ajuste agressivo pudesse prejudicar empresas e famílias.
Tradicional defensor da política monetária relaxada, o presidente da distrital Minneapolis, Neel Kashkari, surpreendeu ao afirmar que não só apoiou o ajuste de 75 pontos-base nos juros esta semana, como também pode endossar nova elevação nesse ritmo em julho.
Já o chefe da regional em St. Louis, James Bullard, disse que tanto o Fed quanto o Banco Central Europeu (BCE) dispõem de credibilidade e podem alcançar o pouso suave, isto é, controlar a inflação sem empurrar a economia a uma brusca desaceleração.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 134,96 ienes. Em sua decisão monetária, o BoJ optou por manter os instrumentos atuais inalterados e insistiu que a postura deve ser preservada por algum tempo, a fim de apoiar a economia. A Capital Economics prevê que a instituição eventualmente subirá o limite para o juro do JGB de 10 anos, de 0,25% a 0,50%, mas isso não deve ser suficiente para estancar o tombo da divisa japonesa.
Na Europa, um dia após o Banco da Inglaterra (BoE) aumentar a taxa bancária em 25 pontos-base, a 1,25%, o economista-chefe da entidade, Huw Pill, disse que espera mais aperto à frente, mas defendeu flexibilidade no processo. Com isso, no horário citado acima, a libra recuava a US$ 1,2219, enquanto o euro cedia a US$ 1,0496.
A moeda dos EUA subia ainda a 0,9700 francos suíços, em correção após o forte movimento da véspera, depois que o Banco Central da Suíça subiu juros pela primeira vez desde 2007.
Entre emergentes, o dólar caía a 122,8768 pesos argentinos, um dia depois que o Banco Central da República da Argentina (BCRA) elevou a Letra de Liquidez (Leliq) de 49% a 52%.