O dólar se fortaleceu ante os principais pares do globo nesta terça-feira, em contínua recuperação após um novembro de fortes perdas. Sinais de que os Banco Central Europeu (BCE) cortará juros fortemente no ano que vem penalizaram o euro e se sobrepuseram às apostas por relaxamento do Federal Reserve (Fed), na esteira de dado do mercado de trabalho.
O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em alta de 0,33%, a 104,050 pontos. Em destaque, o euro recuava a US$ 1,0797 no fim da tarde em Nova York, enquanto a libra cedia a US$ 1,2593. O dólar, contudo, tinha marginal variação negativa a 147,20 ienes.
A pressão sobre a divisa comum europeia refletiu principalmente o comentário da dirigente do BCE Isabel Schnabel de que os dados recentes de inflação justificam o fim do ciclo de aperto.
Para o Julius Baer, a posição do BCE tende a impor pressão sobre a moeda do bloco. "Esta depreciação do euro confirma a sua vulnerabilidade para o lado negativo devido a uma economia fraca, à queda da inflação e ao debate sobre quando o BCE irá cortar as taxas", afirma o banco.
Como mais uma evidência do alívio inflacionário, o índice de preços ao produtor (PPI) da zona do euro caiu 9,4% na comparação anual de outubro, segundo informou a Eurostat hoje. Por outro lado, o PMI de serviços da zona do euro subiu em novembro, mas permaneceu abaixo da marca de 50, o que sugere contração na atividade.
Do outro lado do Atlântico, o setor se expandiu mais que o esperado nos EUA, conforme indicaram duas leituras de PMIs. Já o relatório Jolts mostrou que o número de abertura de postos de trabalho caiu para 8,7 milhões em outubro, em mais um sinal de arrefecimento do emprego, antes da divulgação do relatório payroll, na sexta-feira.
Entre emergentes, o yuan se depreciou ante o dólar, na esteira da decisão da Moody s de revisar para negativa a perspectiva do rating da China. Apesar disso, no mês passado, o PMI de serviços medido pela S&P Global e Caixin superou expectativas do mercado.
Na Argentina, o dólar blue caiu 20 pesos argentinos e é vendido a 860 pesos no câmbio paralelo, às vésperas da posse do presidente eleito, Javier Milei, conforme levantamento do <i>Ámbito Financiero</i>.