O dólar operou sem sinal único hoje ante rivais, enquanto a postura dos bancos centrais, especialmente o Federal Reserve (Fed) segue definindo os movimentos do câmbio. Na sessão atual alguns comentários de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) deram força ao euro, mas analistas acreditam que o aperto monetário do Fed deverá seguir fortalecendo o dólar diante da moeda comum.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 130,54 ienes, o euro avançava a US$ 1,0558 e a libra tinha baixa a US$ 1,2350. Às 18h07 (de Brasília), o índice DXY recuava 0,09%, a a 103,659 pontos.
Hoje, o dirigente Olli Rehn afirmou que o BCE precisa agir rapidamente com uma alta de juros para lidar com a alta da inflação em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia. François Villeroy de Galhau e Joachim Nagel, ambos integrantes do Conselho do BCE, também fizeram declarações defendendo o início do aperto monetário.
Já o economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, afirmou hoje que a autoridade monetária precisa ver evidências de estabilização das expectativas de inflação no curto prazo para considerar uma pausa no processo de aumento de juros. O BoE elevou as taxas nesta semana pela quarta vez desde dezembro, um aumento de 0,25 ponto porcentual para 1%, o maior em 13 anos, mas suas novas projeções econômicas apontam inflação de dois dígitos e crescimento negativo no próximo ano. Neste cenário, a libra tem suas mínimas ante o dólar desde junho de 2020, no que a Western Union aponta que já é uma desvalorização de cerca de 9% da moeda britânica ante a americana em 2022.
A postura hawkish do Fed reforça a opinião da Capital Economics de que a força do dólar ainda está por vir. Mesmo com a desaceleração da economia dos EUA, a consultoria espera que o crescimento na Europa e na Ásia desacelere mais acentuadamente, o que acredita que apoiará o dólar. "Agora prevemos que a taxa de câmbio euro/dólar atingirá a paridade no final deste ano, por exemplo, abaixo de seu nível atual perto de US$ 1,06".