O dólar recuou ante rivais, frente à renovação dos temores sobre o sistema bancário dos Estados Unidos e Europa, que levantam possibilidade de um Federal Reserve (Fed) menos <i>hawkish</i> no ciclo de aperto monetário.
O índice DXY, que mede a divisa dos EUA ante seis rivais fortes, fechou a sessão em queda de 0,68%, a 103,708 pontos, com recuo de 0,83% na semana. No final da tarde em Nova York, o dólar recuava a 131,84 ienes, o euro avançava a US$ 1,0669 e a libra tinha alta a US$ 1,2180.
O índice DXY estendeu quedas nesta sessão, com o enfraquecimento do dólar ante moedas rivais. O movimento refletiu a ampliação das preocupações sobre o setor bancário dos EUA, que pesaram sobre os rendimentos dos Treasuries. Analista da Oanda, Edward Moya observa que Wall Street pondera sobre o ciclo de aperto monetário do Fed. " Agora que temos riscos crescentes de mais resgates bancários e padrões de crédito ainda mais rígidos, as perspectivas de crescimento para a economia são bastante sombrias", aponta.
A Capital Economics analisa que o enfraquecimento do dólar na semana também está conectado às incertezas sobre o setor bancário dos Estados Unidos e como elas podem impactar o gerenciamento da política monetária pelo Fed. "Enquanto a situação é ruim o bastante para mudar o rumo dos juros básicos, não é o suficiente para gerar venda generalizada nos ativos de risco e busca por segurança", avalia a Capital, o que mantém o dólar sob pressão e favorece o iene.
No geral, economistas analisam que as turbulências no setor bancário não provocaram no mercado de câmbio uma volatilidade tão grande quanto sobre outros setores, como ações e títulos de governo. Para o ING, esse cenário deve continuar por algum tempo, com um enfraquecimento gradual do dólar no curto prazo.
Ainda nesta sessão, o Banco Central da Rússia manteve sua taxa básica de juros em 7,5%, pela quarta vez seguida. O dólar recuava a 77,215 rublos.
Em relatório, o Commerzbank alerta que a postura otimista do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) sobre a inflação no Reino Unido pode não se comprovar, considerando que dados sustentam riscos de alta sobre os preços. "Se a inflação se comprovar mais persistente do que o BoE espera, uma instância <i>dovish </i>provavelmente pressionaria a libra", projeta o banco.