O dólar recuou ante outras divisas, derrubando o DXY abaixo dos 100 pontos pela primeira vez desde abril de 2022, após dados da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) reforçarem expectativas de que a próxima alta de juros do Federal Reserve (Fed) será a última. Assim, euro e libra renovaram máximas e recordes em cerca de 15 meses, enquanto o peso mexicano atingiu seu maior nível desde dezembro de 2015.
Por volta das 17h (de Brasília), o dólar recuava a 138,04 ienes e a libra tinha alta a US$ 1,3135. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,75%, a 99,770 pontos, chegando a atingir mínima intraday de 99,741 pontos.
O dólar começou o dia já enfraquecido, após dados indicarem ontem a desaceleração da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA. O movimento piorou com o arrefecimento nos preços do produtor em junho, que corroborou expectativas de que a próxima elevação de juros do Fed, possivelmente de 25 pontos-base (pb), será a última, segundo a Oxford Economics.
Neste cenário, o euro conseguiu quebrar a marca de US$ 1,12, pela primeira vez desde março de 2022. A moeda europeia foi apoiada principalmente pelo diferencial nas perspectivas de juros americanos e europeus, enquanto a ata do Banco Central Europeu (BCE) indicou que mais aperto seria necessário adiante para controlar a inflação no bloco. Em relatório, o ING analisa que se o processo desinflacionário ganhar força e o núcleo da inflação começar a cair, o ciclo de alta do BCE deve terminar na reunião de setembro. No horário citado, o euro tinha alta a US$ 1,1227.
Entre emergentes, o dólar recuava a 16,8482 pesos mexicanos. Durante o pregão, a moeda do México chegou a bater seu maior nível desde dezembro de 2015, quando a cotação USD/MXN chegou à mínima intraday de 16,8261 pesos.
Na contramão, o peso argentino manteve desvalorização contra o dólar nos mercados oficial e paralelo da Argentina. Segundo o jornal <i>Ámbito Financeiro</i>, o dólar blue marcava alta recorde a 512 pesos argentinos no mercado paralelo, no horário citado, em meio a dúvidas sobre a capacidade do governo argentino de conseguir firmar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) uma flexibilização do acordo de reestruturação da dívida com a instituição. No horário citado, o dólar avançava a 264,3919 pesos argentinos no mercado oficial.
Porém, a Capital Economics avalia que os mercados ainda estão minimizando a possibilidade de uma desaceleração econômica mais significante, o que poderia dar impulso para os juros dos Treasuries e reverter a fraqueza do dólar americano.