O dólar se fortaleceu hoje frente a rivais no exterior, acompanhando a alta nos juros dos títulos públicos americanos, e também em meio à cautela no exterior diante de incertezas com a política monetária dos Estados Unidos e com o risco de paralisação do governo.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 149,62 ienes, o euro tinha baixa a US$ 1,0505 e a libra recuava a US$ 1,2138. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,40%, a 106,666 pontos, após atingir maior nível desde novembro de 2022 na máxima intraday.
Hoje, a moeda ganhou um impulso extra depois que o dirigente da distrital de Minneapolis do Federal Reserve (Fed), Neel Kashkari, afirmou que a possível paralisação do governo dos EUA e a greve no setor de automóveis podem "desacelerar a economia para o Fed". O dirigente também disse que não descarta mais de um aumento de juros à frente. Segundo Ian Lyngen, do BMO, os comentários incentivaram o aumento dos rendimentos dos Treasuries, o que por consequência sustentou a alta do dólar.
Segundo o BBH, a alta do dólar hoje faz parte de um "movimento de recuperação implacável", já que "a economia dos EUA está numa posição muito mais forte do que outras grandes economias, como a zona euro ou o Reino Unido", e além disso, a alta dos rendimentos dos Treasuries segue sustentando a moeda norte-americana, à medida que a torna mais atrativa do que seus pares, diante de retornos mais interessantes.
Nos EUA, o Senado fechou acordo de proposta orçamentária que evitaria a paralisação do governo, à medida que aproxima o prazo de 1º de outubro. No entanto, o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, afirmou que não apoiará a medida, o que amplia o risco de shutdown.
Na China, o dólar subiu a 7,3110 yuans no mercado onshore depois do Banco do Povo da China (PBoC) informar que deve intensificar o apoio à economia do país.
Enquanto isso, o peso argentino segue se desvalorizando, com o dólar avançando a 350,0734 pesos antes das eleições que têm Javier Milei, que mira na dolarização da economia, como resposta à alta inflação local. Para o economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), Robin Brooks, "a Argentina deveria seguir o modelo das economias emergentes da América Latina", que se fortaleceram frente ao dólar no total do ano.