O dólar subiu ante pares fortes e emergentes nesta sexta-feira, na expectativa para as decisões do Federal Reserve (Fed), Banco Central Europeu (BCE) e Banco do Japão (BoJ) na próxima semana, conforme o mercado especula sobre possíveis mudanças nos diferenciais de juros de economias avançadas.
O índice DXY, que mede a força do dólar contra seis rivais, operava com alta de 18% por volta das 17h, a 101,059 pontos, e de 1,10% na semana – se recuperando do fechamento abaixo da marca psicológica dos 100 pontos na sexta-feira passada.
O dólar avançou fortemente contra a moeda japonesa, a 141,78 ienes, por volta das 17h, em meio às notícias reportadas pela imprensa de que o BoJ deverá manter inalterada sua política monetária ultra-acomodatícia. "O <i>timing </i>dessas reportagens aumenta a confiança dos investidores em sua precisão e, portanto, o consenso para a decisão do banco agora é de nenhuma grande mudança", comentou o BMO em relatório.
Do outro lado, um aumento nos juros do Fed é praticamente dado como certo pelo mercado. A probabilidade de a taxa básica ser elevada em 25 pontos-base na próxima reunião era de 99,8%, às 16h46, segundo o CME Group.
Sob essa luz, o euro caía a US$ 1,1126, na expectativa para a decisão do BCE. O BBH prevê que a autoridade europeia também aumentará suas taxas em 25 pontos-base, mas espera ver "rachaduras" na postura hawkish. A libra recua contra as moedas americana e europeia, depois que, segundo a Capital Economics, dados de inflação no Reino Unido mais fracos que o esperado levaram os investidores a reduzirem suas apostas em futuros aumentos nas taxas do Banco da Inglaterra (BoE) nesta semana. Na marcação, a libra cedia a US$ 1,2857.
"O dólar americano se recuperou nos últimos dois dias e parece destinado a diminuir grande parte da queda da semana passada. Com dados dos EUA um tanto mistos, grande parte dessa recuperação parece ter sido impulsionada por uma reavaliação das perspectivas para outras economias. Provavelmente, com mais más notícias nessa seara, vemos espaço para o dólar se recuperar mais nas próximas semanas", disse a Capital Economics.
A Oxford Economics também projeta que essa valorização do dólar observada nesta sexta-feira continue nos próximos meses. "Um crescimento menos robusto em outros lugares, especialmente na Europa e na China, significa que um crescimento mais estável, mesmo que moderado, nos EUA terá um resultado líquido positivo para o dólar no restante do segundo semestre", falou.
Entre os emergentes, o rublo russo chegou a subir contra o dólar, na esteira da elevação dos juros pelo Banco Central da Rússia, mas voltou a cair. No fim da tarde, o dólar se apreciava a 91,035 rublos.