Estadão

Moedas: dólar tem viés de alta no exterior, após PPI ampliar aposta por aperto

O dólar avançou ante boa parte dos rivais na sessão desta quinta-feira, após dirigentes do Federal Reserve (Fed) reforçarem expectativa por contínuo aperto monetário, na esteira de um dado de inflação no atacado mais elevado que o esperado.

O índice de preços ao produtor (PPI) subiu 0,7% em janeiro ante dezembro, mais que o mercado previa. O número agravou as preocupações quanto à trajetória inflacionária na maior economia do planeta e ampliou as apostas por uma elevação de 50 pontos-base no encontro de março, embora a precificação de alta de 25 pontos-base ainda seja majoritária.

Inicialmente, o dólar reagiu em alta ao indicador, mas o movimento arrefeceu ao longo da tarde. No ajuste de fechamento, o índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou com perda marginal de 0,06%, a 103,856 pontos.

Durante a tarde, o presidente da distrital do Fed em St. Louis, James Bullard, disse não descartar um aumento de meio ponto porcentual nos juros no mês que vem. Mais cedo, a líder da regional de Cleveland, Loretta Mester, já havia dito que não há garantias de que os próximos aumentos serão todos de 25 pontos-base.

Assim, perto do fechamento das bolsas de Nova York, o euro caía a US$ 1,0679 e a libra, a US$ 1,1996. A moeda americana recuava a 133,90 ienes. Segundo o ING, a força da divisa dos EUA reflete a combinação de dados de atividade sólido com a retórica dura do Fed. "É difícil ver isso mudando no curto prazo", avalia.

Apesar disso, o HSBC Global Research prevê que o impulso recente ao dólar não deve se sustentar, à medida que a economia global demonstra sinais de resiliência. "Isso sugere que um melhor apetite ao risco provavelmente vencerá e pressionará o dólar", destaca.

Na Europa, o economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, argumentou que seria prematuro declarar vitória contra a inflação no Reino Unido. Já o Banco Central Europeu (BCE) ressaltou, em um boletim econômico, que as pressões inflacionárias na zona do euro seguem fortes, mesmo que os riscos estejam mais equilibrados.

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