O dólar se valorizou hoje ante outras moedas principais, como o iene, o euro e a libra. Havia expectativa entre investidores pela publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, nesta quarta-feira, também por sua potencial influência passos próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O iene, além disso, ajustou ganhos após ter sido impulsionado ontem por declarações do presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 147,13 ienes, o euro recuava a US$ 1,0732 e a libra tinha baixa a US$ 1,2490. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,14%, a 104,711 pontos.
O CPI dos EUA sai na próxima manhã, com analistas prevendo ganho de fôlego na leitura mensal de agosto ante julho. Para o núcleo, a mediana dos analistas consultados pelo <i>Projeções Broadcast</i> espera o mesmo nível na alta mensal, mas desaceleração ante igual mês de 2022. Mais cedo, o BBH destacava o dólar recuperando perdas de ontem, com "calma antes da tempestade" do CPI. O banco de investimentos considera que os dados desta semana devem confirmar sua perspectiva e levar à manutenção do quadro de força do dólar.
A Convera, por sua vez, via os mercados "pacientemente aguardando a inflação dos EUA de amanhã". Para ela, a desaceleração do núcleo da inflação do país, na comparação anual, pode pressionar a moeda americana.
O euro também é um foco para a Convera, que destaca o fato de a moeda estar abaixo da marca de US$ 1,08 por sete semanas consecutivas. Ela lembra que o Banco Central Europeu (BCE) decide juros nesta quinta-feira e diz que a fraqueza da moeda comum fez investidores reduzirem apostas por mais uma alta de juros. "Será difícil o BCE convencer os mercados de que não haverá cortes de juros no ano que vem, diante da perspectiva econômica", afirma a Convera. Não há consenso sobre o que o BCE fará nesta quinta-feira, mas a Oxford Economics considera que sinais recentes modestos reforçam a possibilidade de manutenção, diante dos riscos ao crescimento. Hoje, o euro caiu, mas chegou a reduzir perdas após o avanço inesperado do índice de expectativas econômicas ZEW, na Alemanha.
Já o iene ajustou ganhos da sessão anterior, quando esteve apoiado por sinalização do BoJ de que pode haver mudança na política monetária muito relaxada atual mais adiante, caso a inflação se mostre de modo mais firme na trajetória desejada pelo BC japonês. A Capital Economics, porém, diz que declarações do BoJ apenas não devem ser suficientes para garantir efeito duradouro no câmbio, e acrescenta que a perspectiva para os juros e os retornos dos bônus nos EUA é importante para a moeda japonesa, no contexto atual.