O dólar recuou ante rivais nesta quinta-feira, 15, após indicadores fracos de varejo e indústria nos Estados Unidos estancarem parte da recente reprecificação por um ciclo de cortes de juros mais lento. A libra, em particular, conseguiu se recuperar ante a divisa americana, depois de ter caído após a notícia de que o Reino Unido entrou em recessão técnica no fim do ano passado.
O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,41%, aos 104,296 pontos. No fim da tarde, o euro subia a US$ 1,0773.
Passado o susto com a inflação ao consumidor nos EUA na terça-feira, a moeda ensaiou uma correção ontem e estendeu as perdas hoje desde cedo. A pressão se intensificou depois da divulgação de vendas no varejo e produção industrial nos EUA, que recuaram em janeiro. Já os pedidos de auxílio-desemprego caíram na semana passada e corroboraram a avaliação de um mercado de trabalho ainda forte.
O movimento levou a uma redução nas expectativas de que o Federal Reserve (Fed) espere até junho para cortar juros, mas esse cenário permaneceu majoritário. Até porque outros indicadores pintaram um quadro de maior força na atividade: o índice de atividade industrial Empire State, por exemplo, avançou em fevereiro.
Tudo somado, o BBH acredita que os mercados ainda precisam se alinhar às sinalizações de dirigentes do Fed de que o relaxamento monetária será feito com mais parcimônia. "Quando isso acontecer, o dólar deverá registrar ganhos adicionais após o atual período de consolidação", prevê.
Do outro lado do Atlântico, o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido encolheu 0,3% no quarto trimestre ante o anterior e confirmou a recessão técnica. Em um primeiro momento, a libra reagiu em baixa, mas no fim da tarde avançava a US$ 1,2598. Para o ING, as perspectivas à frente são mais animadores para atividade britânica, em meio a expectativa de redução de juros do Banco da Inglaterra (BoE).
O Japão também entrou em recessão técnica com uma contração de 0,1% nos últimos três meses de 2024. Com isso, o dólar recuava a 149,98 ienes no horário citado acima. A divisa japonesa também tende a ser apoiada pelo alívio nos juros dos Treasuries, de acordo com a Capital Economics. "Ainda esperamos que os rendimentos dos títulos do Tesouro retomem a sua tendência descendente e que o iene seja o mais beneficiado entre as moedas do G10 frente ao dólar", diz.