O dólar recuava no fim do dia ante uma cesta de divisas, à medida que o mercado assimilava os sinais do Federal Reserve. Em ata do último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), divulgada na tarde desta quarta-feira, os dirigentes destacaram que não é apropriado cortar juros até que se tenha maior confiança de que a inflação retornará à meta de 2% ao ano. No entanto, eles notaram que as taxas de juros, provavelmente, já chegaram ao pico neste ciclo de aperto monetário. Entre os movimentos individuais relevantes, o dólar subia ante o iene e recuava frente ao euro.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 150,21 ienes, o euro avançava a US$ 1,0822, e a libra tinha alta a US$ 1,2635. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, caiu 0,07%, a 104,006 pontos.
Para o Citi, a discussão sobre o abrandamento da inflação e a atividade ainda forte na ata da reunião de janeiro do Fomc ocorreu em um contexto de pico de otimismo de "aterrissagem suave" e, portanto, parece um pouco obsoleta à luz dos dados muito mais fortes de janeiro, segundo escreveram analistas em nota.
Mais cedo, analistas do Mitsubishi UFJ Financial (MUFG), em sua nota mensal sobre mercados globais, mantiveram a visão geral neutra para o dólar daqui para frente, com um leve viés de alta no curto prazo, antes que ocorra um movimento mais claro de baixa no segundo semestre. Em meados do ano, o MUFG espera que a economia da Europa melhore, enquanto o crescimento nos EUA deve desacelerar com a diminuição do apoio fiscal e o esgotamento total do excesso de poupança.
Em busca de sinais sobre o direcional do câmbio, os investidores também aguardavam potencial impacto nas bolsas norte-americanas do balanço da Nvidia. "Uma correção de curto prazo para baixo nas ações, que parecem esticadas, deverá beneficiar o dólar e o iene japonês", afirmaram analistas da SEB Research.
Em relação às moedas classificadas como de beta elevado, que reagem de maneira mais dilatada às oscilações de benchmarks externos, os investidores seguem intrigados com o desempenho apático no atual ambiente de baixa volatilidade, escreveram analistas do Bank of America Securities. "O ambiente de baixa volatilidade mascara um ponto cego (ou complacência) de que tal cenário se deverá traduzir em melhores perspectivas de crescimento", escreveram os analistas.