O dólar ficou misto hoje ante rivais, em dia de decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Como esperado, o BC dos Estados Unidos manteve a política monetária, mas a moeda americana, perto do fechamento de Nova York, foi apoiada pela declaração do presidente do Fed, Jerome Powell, segundo a qual parece pouco provável, neste momento, um potencial corte nos juros já em março.
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 147,33 ienes, o euro recuava a US$ 1,0803 e a libra tinha queda a US$ 1,2666. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,12%, a 103,274 pontos.
Investidores avaliaram mudanças no comunicado do Fed, como a retirada da declaração de que poderia haver necessidade de aperto adicional. Na coletiva pós-decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que a autoridade precisa de maiores sinais de que a inflação está em queda consolidada, e que por isso é pouco provável que o primeiro corte venha em março.
A declaração deu fôlego pontual ao dólar, que caía motivado pelo comunicado da decisão. Segundo a Capital Economics, a declaração do presidente do BC americano foi "surpreendentemente explícita" e elimina a possibilidade de cortes em março, mesmo que ele tenha sinalizado que os dados podem mudar sua visão. Depois do primeiro corte, agora previsto para maio, a consultoria aposta em reduções de 25 pontos-base por reunião, totalizando 150 pontos-base cortados até o fim de 2024.
Mais cedo, o dólar avançava ante o euro e a libra, com a expectativa pela decisão do Fed. Houve, porém, perda de fôlego pela manhã, com foco em indicadores dos Estados Unidos. O índice de custo do emprego no país subiu 0,9% no quarto trimestre de 2023, na comparação com os três meses anteriores, quando analistas ouvidos pela FactSet previam alta de 1,0%.
O relatório da ADP, por sua vez, mostrou criação de 107 mil vagas no setor privado em janeiro, quando analistas previam 145 mil. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA, elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago, caiu de 47,2 em dezembro (dado revisado) para 46,0 em janeiro, quando analistas previam 48,1. Na avaliação da Pantheon, a fraqueza do custo do emprego nos EUA tornava um corte de juros pelo Fed em março mais provável.
Na América Latina, Colômbia também decidiu juros hoje, e às 18h, o BC do Chile também anunciou sua decisão. Na Colômbia, o corte foi de 25 pontos-base. No comunicado oficial, a autoridade destacou que a inflação continuou caindo em dezembro, pelo nono mês consecutivo, e vem se comportando de acordo com as projeções da equipe técnica do BC, o que permite a redução. No fim do dia, o dólar recuou 0,32%, a 3.907,34 pesos colombianos.