O dólar oscilou entre ganhos e perdas ao longo do dia, com investidores avaliando sinais da economia e também declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) veio acima do previsto, mas a reação nos mercados foi modesta, enquanto a ata do Fed foi avaliada, mas analistas destacavam que o quadro mudou desde a última reunião do banco central americano.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 149,20 ienes, o euro avançava a US$ 1,0614 e a libra tinha alta a US$ 1,2309. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de apenas 0,005%, a 106,820 pontos.
O PPI subiu 0,5% em setembro ante agosto, após ajustes, acima da previsão de alta de 0,3% dos analistas ouvidos pela <i>FactSet</i>. O núcleo avançou 0,2% , como esperado. O dólar chegou a ganhar fôlego modesto após o dado, mas o movimento logo arrefeceu.
Entre dirigentes do Fed, Raphael Bostic voltou a dizer que não considera necessário subir mais os juros, mas disse que isso poderia ocorrer caso a inflação fique estagnada acima da meta de 2%. O diretor Christopher Waller defendeu que é preciso reagir aos dados, mas sinalizou que o avanço recente dos juros dos Treasuries pode complementar o aperto já adotado pelo BC. Já Michelle Bowman, também diretora, comentou que os juros podem ainda subir mais, pois a inflação está bem acima da meta.
Segundo a ata do Fed, na última reunião a maioria dos dirigentes concordou que a política monetária deveria seguir restritiva por algum tempo. O documento mostrou divisão, com a maioria dos dirigentes também avaliando que será necessário elevar os juros mais uma vez, enquanto alguns consideravam que o aperto já adotado era suficiente. Os dirigentes veem a inflação desacelerando, mas ainda bem acima da meta. Para analistas, porém, o quadro mudou desde a reunião, com avanço dos juros dos Treasuries de longo prazo e o conflito entre Israel e o Hamas alterando a situação.
Após a ata, a chance de manutenção dos juros pelo Fed em 1º de novembro avançava, no fim desta tarde em 91,5%, de 86,8% ontem, segundo o monitoramento do CME Group. Para o Citi, a ata minimiza a sinalização do gráfico de pontos e o Fed deve manter juros, antes de uma recessão em 2024 nos EUA forçar o BC a cortá-los.
Entre moedas emergentes, o peso argentino seguia como foco antes do primeiro turno eleitoral presidencial deste mês no país, após ontem o dólar blue, negociado no mercado paralelo, ter renovado máxima histórica, em mais de 1 mil pesos, segundo a imprensa local. Nesta quarta, o <i>Ámbito Financiero</i> reportava no fim da tarde que o dólar blue operava estável, em 1.010 pesos argentinos. No mercado oficial, o dólar subia a 350,1774 pesos, no horário citado.