O dólar marcou forte valorização ante rivais na sessão desta quinta-feira, impulsionado sobretudo pelo euro fraco. O Banco Central Europeu (BCE) indicou que aumentará juros a partir de julho, mas analistas avaliam que o compromisso de aperto não foi contundente o suficiente para sustentar a moeda comum.
O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em alta de 0,88%, a 103,223 pontos. Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o euro recuava a US$ US$ 1,0616 e a libra cedia a US$ US$ 1,2492.
Conforme esperado, o BCE anunciou que encerrará as compras de ativos em 1º de julho e forneceu o sinal mais claro de que a primeira alta de juros virá em julho, com subsequente elevação em setembro. O BC europeu cortou drasticamente as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro este ano e no próximo e estimou que a inflação ficara acima da meta de 2%.
Durante coletiva de imprensa após a decisão, a presidente do BCE, Christine Lagarde, alertou que o recente aumento dos preços se espalhou por vários setores e se reflete nos salários, em um sinal preocupante sobre os temidos efeitos secundários da inflação. A banqueira central ainda deixou aberta a possibilidade de fazer um ajuste mais agressivo nas taxas básicas, de 50 pontos-base.
Ainda assim, o ING avalia que os fatores que apoiam o dólar devem se sobrepor às variáveis que sustentam o euro, até porque o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) aperta sua política monetária em ritmo muito mais rápido que o BCE. "Continuamos a ver um retorno do euro a US$ 1,0500 como o cenário mais provável durante o verão europeu e no terceiro trimestre", afirma.
Entre outras divisas, o dólar subia a 134,37 ienes, com o mercado de olho na postura persistentemente relaxada da política monetária do Banco do Japão (BoJ). A moeda americana se elevava ainda a 19,6938 pesos mexicanos e a 121,6924 pesos argentinos.