Mommy, um drama sufocante com Oasis na trilha

Em 2014, o júri presidido por Jane Campion – e integrado pelos cineastas Jia Zhangke, Nicolas Winding Refn e Sofia Coppola, mais os atores Willem Dafoe e Gael García Bernal – outorgou a Palma de Ouro a Winter Sleep, do autor turco Nuri Bilge Ceylan. Mas o que realmente fez sensação naquele ano foi o prêmio especial do júri, dividido entre o canadense Xavier Dolan, por Mommy, e o franco-suíço Jean Luc Godard, por Adeus à Linguagem.

O mais jovem e o mais velho da competição. Dolan, de 25 anos, Godard, 84. Muitos críticos reclamaram da premiação de autores tão diversos entre si. O júri talvez quisesse justamente avalizar a diversidade, mas também poderia ser algo mais. Godard, revolucionário da forma e da política, propõe uma despedida da linguagem. Dolan descobre no dialeto franco-canadense, uma nova linguagem.

Mommy é a atração do Cineclube do Arte 1 nesta quinta, 1º, às 14h30. Anne Dorval, atriz fetiche de Dolan, faz a mãe que vive à beira de um ataque de nervos com o filho que sofre de déficit de atenção. A lei, no Canadá, permite que os pais internem os filhos, independentemente de diagnóstico, em hospitais públicos. Surge a vizinha, a dupla vira trio. Dolan filma no formato de tela quadrada. Todo mundo parece sufocar no quadro. O Oasis na trilha, Wonderwall, é visceral na sua beleza.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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