Internacional

Monitores dizem que suspeito da morte de Nemtsov confessou sob tortura

O principal suspeito acusado do assassinato do líder opositor russo Boris Nemtsov negou sua culpa e disse que confessou sob coação, segundo monitores russos de direitos humanos. Nesta quarta-feira eles disseram que ele e outras duas pessoas podem ter sido torturados.

Após uma visita aos detentos na cadeia, os monitores disseram que Zaur Dadayev declarou ter sido algemado por dois dias e confessado porque temia que a recusa em fazer isso ameaçaria sua vida.

Um dos monitores divulgou um relatório descrevendo vários ferimentos sofridos por Dadayev e outros suspeitos, afirmando que há “base suficiente” para suspeitar que os três homens foram torturados.

O Comitê Investigativo da Rússia, a principal autoridade investigativa federal, disse que os monitores serão convocados para responder sobre suspeitas de interferência na investigação, mas acrescentou que qualquer alegação de violência levanta suspeitas que serão “cuidadosamente verificadas”. O Kremlin não falou a respeito das declarações dos monitores.

Integrantes da oposição já haviam questionado a forma como as autoridades tratam o caso, que foi rapidamente apresentado ao tribunal dias depois de Nemtsov, crítico do presidente Vladimir Putin e ex-vice-primeiro-ministro, ter sido morto a tiros em 27 de fevereiro numa ponte próxima ao Kremlin.

Autoridades russas acusaram formalmente Dadayev, ex-oficial de uma unidade de polícia chechena, e seu primo, Anzor Gubashev, por assassinato cometido em grupo e por ganho comercial, lei geralmente aplicada no caso de mortes por encomenda. Os dois negaram a acusação.

A polícia deteve outros três homens, dentre eles o irmão de Gubashev, Shagid Gubashev, sob suspeita de assassinato, mas ainda tem de indiciá-lo. Autoridades russas disseram que um sexto suspeito, Beslan Shavanov, detonou uma granada que levava consigo quando a polícia se aproximou dele na capital da Chechênia, Grozny, no dia 7 de março.

Os monitores que visitaram os detentos foram Eva Merkacheva e Andrei Babushkin. Eles integram uma comissão de supervisão pública com acesso especial aos prisioneiros para monitorar suas condições e visitaram Dadayev e os irmãos Gubashev, mas não tiveram contato com os outros dois suspeitos. Fonte: Dow Jones Newswires.

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