Internacional

Monitores relatam problemas em eleição presidencial no Sri Lanka

Monitores eleitorais informaram nesta quinta-feira que eleitores do norte do Sri Lanka foram impedidos de votar no pleito que coloca o presidente Mahinda Rajapaksa contra o ex-ministro da Saúde Maithripala Sirisena, ex-aliado que repentinamente deixou o partido governista.

O Centro de Monitoramento de Violência Eleitoral, sediado na capital do país, Colombo, informou que uma granada de mão explodiu perto de uma sessão eleitoral na península de Jaffna, norte do país, no coração da região habitada pela minoria Tâmil, mas ninguém ficou ferido.

Em outras partes do país a votação prosseguia sem grandes incidentes. Longas filas se formavam em Colombo e o comparecimento às urnas era bom em áreas de maioria tâmil, onde a votação havia sido baixa em eleições anteriores.

A deserção de Sirisena em novembro alterou a corrida eleitoral. Antes de o ex-ministro deixar o governo, a expectativa era de que Rajapaksa venceria o pleito facilmente, mas a nova situação transformou a eleição num referendo ao governo do ao atual presidente.

O restante do mundo observa a eleição para o caso de haver violência após a divulgação dos resultados, o que é esperado na sexta-feira. O papa Francisco vai chegar ao país na terça-feira.

Enquanto a campanha de Rajapaksa se concentrou em sua vitória militar sobre os rebeldes tâmeis em 2009 e seu trabalho de reconstrução da infraestrutura do país, Sirisena focou na extensão dos poderes presidenciais.

O poder, riqueza e a máquina estatal dão a Rajapaksa grandes vantagens na eleição, mas é difícil prever o resultado pois dados de pesquisas confiáveis são raros no país.

O grupo de monitoramento eleitoral reclamou a comissários eleitorais sobre o fato de que motoristas de ônibus do distrito de Mannar, no norte, pararam de transportar eleitores até as sessões eleitorais após ordens de K.A. Baiz, político local do partido governista.

Os monitores também disseram que atos ilegais de campanha foram realizados por Rajapaksa, por meio de mensagens de texto enviadas aos eleitores tâmeis, incitando-os a boicotar o pleito. A expectativa é que eleitores da etnia votem majoritariamente em Sirisena.

O secretário de Estado dos EUA John Kerry conversou com Rajapaksa na quarta-feira e pediu que o governo realizasse eleições livres e justas, além de garantir que a contagem dos votos aconteça de forma correta, segundo a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

O poder de Rajapaksa aumentou muito depois de ele ter esmagado os rebeldes do grupo Tigres de Liberação do Tamil Eelam, em 2009, encerrando uma guerra civil que durou 25 anos. Após ser eleito presidente, em 2010, ele deteve seu oponente e usou sua ampla maioria parlamentar para retirar da Constituição o limite de dois mandatos para o cargo de presidente, além de conceder a si mesmo poderes para indicar juízes, burocratas de alto escalão, oficiais da polícia e chefes militares.

Ele também orquestrou o impeachment da chefe do Supremo Tribunal e a substituiu por uma pessoa de sua confiança.

A organização Human Rights Watch, sediada em Nova York, pediu ao governo que garanta a segurança dos eleitores, autoridades eleitorais e monitores e que a mídia não seja mau utilizada. Fonte: Associated Press.

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