Após 15 anos de espera, um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia pode estar mais próximo após a eleição da Argentina. A avaliação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, feita nesta quinta-feira, 26. Segundo ele, a troca de ofertas entre os dois blocos terá uma etapa “decisiva” após a reunião de ministros de finanças da Europa na sexta-feira, 27. O ministro afirmou também que a eleição de Maurício Macri dará à Argentina uma “postura pró-comércio e liberalizante”.
“Gostaria de expressar a confiança de que vamos finalmente iniciar troca de ofertas com União Europeia depois de 15 anos. Amanhã os ministros de finanças se reúnem e esse é um elemento que pode nos ajudar”, afirmou Monteiro durante evento do Instituto Aço Brasil.
Monteiro afirmou ainda que o acordo com a União Europeia permitirá ao País “fortalecer o eixo de integração” mas não tira a relevância do Mercosul e a necessidade de aperfeiçoamento do bloco.
“O que pode ajudar a troca de ofertas é a emergência do acordo Transpacífico e a eleição da Argentina, que oferece perspectiva de postura pró-comércio e mais liberalizante. Estamos desafiados a levar essa política de reposicionamento adiante. E promover aperfeiçoamentos no próprio acordo do Mercosul”, completou.
Segundo Monteiro, a integração regional no Mercosul é “estratégica”. “Ninguém revoga a geografia. A integração com países do cone sul é estratégica e fundamental para o País. Nem de longe podemos pensar que ele perca relevância. As primeiras declarações do presidente a Argentina reforçam que a parceria com Brasil é estratégica”, ponderou.
O ministro ainda afirmou que o “comércio exterior nunca foi prioridade no País” mas que o incentivo às exportações é uma medida “óbvia” para melhorar a economia durante a “janela de oportunidade criada com o câmbio favorável”. Ele destacou acordos comerciais já firmados com o México e uma maior aproximação com o Peru e a Colômbia, em acordos para exportação de automóveis.