Estadão

Moodys reafirma rating AA3 do Reino Unido, mas altera perspectiva para negativa

A Moody s reafirmou o rating do Reino Unido em AA3 nesta sexta-feira, mas alterou a perspectiva de estável para negativa. Em comunicado, a agência de classificação de risco diz que o primeiro impulsionador da mudança é "a maior imprevisibilidade na formulação de políticas em meio a um cenário político doméstico volátil, que desafia a capacidade do país de gerenciar o choque decorrente de perspectivas de crescimento mais fracas e alta inflação".

"A Moody s vê a declaração fiscal de 23 de setembro, juntamente com a subsequente reversão da maioria das medidas anunciadas e a próxima mudança de primeiro-ministro, como um reflexo contínuo do enfraquecimento da previsibilidade da formulação de políticas fiscais observada em anos anteriores", destaca, em relatório divulgado nesta sexta.

O segundo fator apontado são os riscos "acrescidos para a acessibilidade da dívida do Reino Unido devido a empréstimos provavelmente mais elevados e ao risco de uma inflação mais persistente. Uma erosão sustentada da credibilidade política do Reino Unido também pode levar a custos de empréstimos mais altos no médio prazo".

De acordo com a agência, a evolução da formulação de políticas e a capacidade do governo do Reino Unido de gerar confiança em seu compromisso com a prudência fiscal serão uma consideração importante para a Moody s mudar a perspectiva negativa.

Por outro lado, a Moody s ressalta que a afirmação do rating AA3 reflete a "resiliência econômica do Reino Unido apoiada por sua economia rica, competitiva e diversificada".

"Apesar do enfraquecimento da previsibilidade da política fiscal nos últimos anos, o quadro institucional de longa data do país permanece forte e continuará a apoiar a capacidade do Reino Unido de responder a choques, como visto durante a pandemia. Além disso, a estrutura da dívida do governo do Reino Unido, com prazo médio muito longo, em torno de 15 anos, bem como uma base de investidores domésticos profunda, adiciona um grau de resiliência ao perfil de crédito diante de choques", defende a agência.

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