Cerca de 100 moradores dos Jardins Planalto e Marilena compareceram a sessão da Câmara desta terça-feira. Eles protestaram contra o pedido de liminar nº 8332/2011 concedida pelo Ministério Público contra a Prefeitura que solicita a regularização das áreas ou a desapropriação em 90 dias, visando à reurbanização do local e preservação do meio ambiente.
"A pergunta feita aqui hoje é o que está acontecendo em Guarulhos? Nós não somos os primeiros a passarem por este problema e acreditamos que alguém não está cumprindo o seu papel", afirmou a representante do Jardim Planalto, Silvia Maria Borges. Segundo ela, as demais famílias que já tiveram suas casas derrubadas em outras localidades da cidade não tiveram o apoio de ninguém.
De acordo com os moradores, a situação vem se estendendo desde 2009 e não há o respeito dos governantes. "Estamos aqui pedindo o apoio de vocês e esse apoio não é só falar, queremos vocês junto conosco", afirmou Edna Laje da Silva, representante da comunidade.
Para o vereador Lamé, a decisão foi tomada sem a real análise do local e sem consultar os moradores da área. "Com certeza essa decisão foi tomada num gabinete com ar condicionado. O juiz que decidiu isso nunca pisou no Jardim Marilena e Planalto para saber que ali vivem seres humanos.", enfatizou.
Munidos com cartazes e faixas os moradores prometeram continuarem a lutar por aquilo que acreditam ser deles por direito. "Vamos nos unir a outras comunidades e brigar pelos nossos direitos. Apoiamos sim a preservação do meio ambiente, mas agora a área já está habitada e não é justo que nos joguem na rua. É necessário que se realize um trabalho onde a população e a natureza vivam em harmonia", enfatizou Silvia.
Vereadores prometem soluções à população
Os vereadores utilizaram a tribuna para demonstrarem apoio e discutirem possíveis soluções. Para Ricardo Rui (PPS), os munícipes devem fazer representação popular uma vez em que começaram ontem as audiências do orçamento para 2012. "O orçamento deve ser elaborado visando atender os interesses da comunidade. Chega de orçamento autoritário e impositivo. Está na hora de existirem medidas democráticas que demonstrem e correspondam aos reais anseios da população", ressaltou.
"Não é a primeira vez que faço uso da tribuna para falar do problema nessas localidades e cobrar que as autoridades competentes tomem atitudes a fim de resolver de uma vez por todas essa questão. É altamente aceitável realizar a preservação ambiental, mas e os moradores vão morar onde, debaixo das árvores?", criticou o vereador Índio de Cumbica (DEM).