O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou os deputados Izalci Lucas (PSDB-DF) e Bia Kicis (PL-DF) a visitar presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A autorização para a visita no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, é restrita aos dois parlamentares, que não podem levar acompanhantes.
No mês passado, o ministro já havia concedido a autorização aos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Sanderson (PL-RS), Hélio Lopes (PL-RJ), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Coronel Telhada (PP-SP).
Moraes destacou que a aplicação de restrições às visitas "é plenamente justificada" em razão de questões de gestão penitenciária e segurança. Os presos por atos golpistas podem receber visitas de acordo com as regras do sistema prisional local. Mas, em situações que exigem autorização judicial (como visitas para pesquisas acadêmicas, estudantis ou de imprensa), a decisão cabe à Moraes, que é relator dos inquéritos sobre atos antidemocráticos na Corte.
Na decisão, Moraes transcreveu preocupações relatadas pelo Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal em relação a diversos pedidos formulados por parlamentares para ingresso no Complexo Penitenciário da Papuda. De acordo com a vara, a demanda repentina de dezenas de parlamentares têm impactado o funcionamento das penitenciárias, já sobrecarregadas após o aumento expressivo da população carcerária do DF após as prisões em 9 de janeiro.
Após a análise das denuncias, Moraes já determinou a soltura, com medidas cautelares, de mais de 1 mil denunciados por envolvimento nos atos. Permanecem na prisão 392 (310 homens e 82 mulheres).