O ex-presidente Kim Young-sam, que terminou formalmente décadas de governo militar na Coréia do Sul e aceitou um enorme resgate internacional durante a crise financeira asiática de 1997-1998, morreu neste sábado (já madrugada de domingo, no horário de Seul). Ele tinha 87 anos.
O chefe do Hospital da Universidade Nacional de Seul, Oh Byung-Hee, disse que Kim Young-sam teve uma infecção sanguínea grave e insuficiência cardíaca aguda antes de morrer. Kim foi levado para o hospital na quinta-feira devido a uma febre alta, disse o médico. Recentemente, Kim tinha sido tratado no hospital por acidente vascular cerebral, angina e pneumonia.
Kim foi uma figura importante no movimento pró-democracia da Coreia do Sul e fez oposição a ditadores militares do país por décadas. Como presidente, Kim lançou as bases para uma transferência de poder pacífica em um país que tinha sido marcado por golpes militares.
Durante sua presidência de 1993-1998, ele teve seus dois antecessores indiciados por motim e traição, por promovem golpe de estado. Ainda assim, Kim perdoou os dois militares condenados – Chun Doo-hwan e Roh Tae-woo – no final de seu mandato.
Kim também lançou uma campanha anti-corrupção popular e prometeu não receber nenhum recurso de caixa dois para campanhas políticas, embora essa imagem tenha sido posteriormente manchada, quando seu filho foi preso sob a acusação de suborno e evasão fiscal.
Ele liderava a Coreia do Sul em 1994, quando a administração Clinton considerava um ataque a Nyongbyon – onde ficava o complexo nuclear da Coreia do Norte – ao norte da capital do país, Pyongyang. Kim fez lobby contra a ideia, temendo uma possível guerra.
Um porta-aviões norte-americano e um cruzador foram posicionados perto da costa leste da Coreia do Sul em preparação para um possível ataque aéreo, e os Estados Unidos planejavam evacuar os americanos, incluindo os seus soldados e suas famílias, como contou Kim em um livro de memórias.
Kim deixou esposa, dois filhos e três filhas. Fonte: Associated Press