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Morre Maria Cecília Vieira de Carvalho Mesquita

Acionista do Grupo Estado e criadora do Suplemento Feminino, Maria Cecília Vieira de Carvalho Mesquita morreu na madrugada desta quarta-feira, 24. O velório será às 10 horas no hospital Albert Einstein, na unidade Morumbi. Maria Cecília Vieira de Carvalho Mesquita tinha cinco anos, ao embarcar para o exílio em Portugal, após a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, quando os Mesquita foram presos e deportados, por terem enfrentado nas trincheiras o presidente Getúlio Vargas, que haviam apoiado em 1930. Era a única menina, a caçula de três irmãos e três primos.

Maria Cecília começou a trabalhar no jornal em abril de 1960 como editora do Feminino, que se chamava então Suplemento Feminino, a convite de Carlão, o primo mais moço, quase de sua idade. Dirigiu o Feminino até 2011, quando ele deixou de circular. “Quero que você venha trabalhar no jornal”, disse Carlão, convocando a prima pelo telefone. Maria Cecília ficou apreensiva porque “costumava visitar as oficinas gráficas desde criança, mas não entendia nada de jornalismo”. Manifestou essa apreensão, conforme revelou em entrevista na comemoração dos 50 anos do Feminino, lançado em 1953. Carlão insistiu e Maria Cecília assumiu a direção do Feminino, depois de consultar o redator-chefe do Estado, Cláudio Abramo.

Sucedia a Maria do Carmo de Almeida, a Capitu, a primeira editora, que assinou crônicas até julho de 1958, quando se despediu com um texto sobre a participação da mulher no jornalismo. “Hoje as saias são comuns nas redações”, escreveu Capitu, acrescentando que o jornal, “como ofício árduo e heroicamente realizado”, era uma conquista para as mulheres.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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