Estadão

Morre o colecionador de arte Figueiredo Ferraz

Um dos grandes colecionadores de arte do Brasil, dono de um dos maiores acervos contemporâneos em exposição permanente no Instituto que leva seu nome, em Ribeirão Preto, o ex-presidente da Bienal de São Paulo, João Carlos Figueiredo Ferraz, morreu na manhã desta segunda-feira, 6, às 9 horas, no Hospital Sírio Libanês, vítima de câncer.

O empresário e colecionador de arte assumiu a presidência da Fundação Bienal de São Paulo em 2017 e se afastou em setembro de 2018. Economista, Figueiredo Ferraz foi o fundador e presidente do Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto, em 2011. Ele integrava o conselho de importantes instituições de arte como o Museu de Arte de São Paulo (Masp), o Museum of Modern Art de Nova York (MoMA) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Figueiredo Ferraz foi um dos mais ativos empresários na área cultural, acompanhando de perto a produção dos artistas contemporâneos da chamada Geração 80, pintores e escultores que começaram sua carreira na década de 1980, como Carlito Carvalhosa, Nuno Ramos, Paulo Pasta e Tunga.

Quando era estudante, começou a colecionar, comprando gravuras e desenhos, cujos preços eram mais acessíveis. A primeira tela que comprou, mantida até hoje em seu instituto, é do pintor abstrato Jorge Eduardo Guinle Filho, comprada na galeria de Luiza Strina.

Ele não teve apoio do poder público para construir o instituto em Ribeirão Preto. O projeto foi concebido com sua poupança particular. Ao contrário de outros colecionadores, que compram arte como investimento, ele comprou mais de 1 mil obras (de 382 artistas) porque simplesmente gostava delas – e se apegou às peças, mantidas em seu acervo até a morte.

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