Estadão

Morre o filósofo Bruno Latour, um dos principais nomes do pensamento ecológico

O sociólogo francês Bruno Latour, um dos principais nomes da criação do pensamento ecológico contemporâneo, morreu neste domingo, 9, aos 75 anos.

A informação foi confirmada pela editora que publica os seus livros, La Decouverte. "A editora La Découverte recebeu com dor a notícia do falecimento de Bruno Latou. Todos os nossos pensamentos estão dirigidos à sua família e amigos", diz a nota.

Latour, que era filósofo e antropólogo, lecionou por anos na universidade parisiense Sciences Po, onde, entre outras coisas, pesquisava sobre como o homem se relaciona com seu ambiente e como o pensamento científico é formulado.

Por essa razão, Latour foi referência para as novas gerações de ambientalistas, políticos, pesquisadores e artistas que buscam solucionar a crise ambiental contemporânea.

Considerado por unanimidade um dos intelectuais mais importantes de sua geração, Latour se debruçou sobre diversos temas, desde a descolonização francesa na África até a forma como os pesquisadores trabalham em laboratórios.

As obras deste intelectual, lidas e elogiadas no exterior, foram traduzidas para o português.

O sociólogo francês Bruno Latour, um dos principais nomes da criação do pensamento ecológico contemporâneo, morreu neste domingo, 9, aos 75 anos.

A informação foi confirmada pela editora que publica os seus livros, La Decouverte. "A editora La Découverte recebeu com dor a notícia do falecimento de Bruno Latou. Todos os nossos pensamentos estão dirigidos à sua família e amigos", diz a nota.

Latour, que era filósofo e antropólogo, lecionou por anos na universidade parisiense Sciences Po, onde, entre outras coisas, pesquisava sobre como o homem se relaciona com seu ambiente e como o pensamento científico é formulado.

Por essa razão, Latour foi referência para as novas gerações de ambientalistas, políticos, pesquisadores e artistas que buscam solucionar a crise ambiental contemporânea.

Considerado por unanimidade um dos intelectuais mais importantes de sua geração, Latour se debruçou sobre diversos temas, desde a descolonização francesa na África até a forma como os pesquisadores trabalham em laboratórios.

As obras deste intelectual, lidas e elogiadas no exterior, foram traduzidas para o português.

Em 2018, o New York Times o descreveu como "mais famoso e incompreendido dos filósofos franceses".

O presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou no Twitter "um espírito humanista e plural, reconhecido em todo o mundo antes de ser reconhecido na França".

<b>Vida e obra de Bruno Latour</b>

Bruno Latour nasceu em 22 de junho de 1947 em uma família de comerciantes de vinho em Beaune, no centro-leste da França.

Formou-se em filosofia e antropologia. Ele, então, lecionou em escolas de engenharia na França, mas também no exterior, principalmente na Alemanha e nos Estados Unidos, onde foi professor visitante em Harvard.

Foi um dos primeiros intelectuais a perceber a importância do pensamento ecológico.

No entanto, foi reconhecido acima de tudo no mundo anglo-saxão e vários de seus trabalhos foram publicados pela primeira vez em inglês.

O conjunto de sua obra recebeu o Prêmio Holberg em 2013 e o Prêmio Kyoto em 2021.

Foi considerado "criativo, bem-humorado e imprevisível", segundo o júri do Prêmio Holberg de Ciências Sociais.

O intelectual interessava-se, entre outros, por questões de gestão e organização de pesquisa e, em geral, pela forma como a sociedade produz valores e verdades.

<b>Livros de Bruno Latour em português</b>

Entre suas obras traduzidas para o português estão: Onde estou: Lições do confinamento para uso dos terrestres (Bazar do Tempo); Jubilo ou os tormentos do discurso religioso (Unesp); Jamais Fomos Modernos (34); Onde aterrar?: Como se orientar politicamente no antropoceno (Bazar do Tempo); Reagregando o Social. Uma Introdução à Teoria do Ator-Rede (Edufba e Edusc); Diante de Gaia: Oito conferências sobre a natureza no Antropoceno (Ubu) e Políticas da natureza: Como associar a ciência à democracia (Unesp).

Em 2021, ele disse à AFP que as mudanças climáticas e a crise da pandemia revelaram uma luta entre "classes geossociais".

"O capitalismo cavou sua própria sepultura. Agora trata-se de repará-la", disse ele.

Ele resumiu seu trabalho para o público em geral em algumas de suas obras e ampliou seu público com ensaios sobre política.

Num ensaio, defendeu a hipótese segundo a qual "há 50 anos não entendemos nada sobre posições políticas, se não dermos um lugar central à questão do clima e sua negação".

"É como se grande parte das classes dominantes tivesse chegado à conclusão de que não haveria mais espaço na Terra para eles e para o resto de seus habitantes. Isso explicaria a explosão das desigualdades, o grau de desregulamentação, críticas à globalização e, sobretudo, o desejo desesperado de voltar às velhas proteções do Estado nacional", segundo ele.

Ele foi um dos idealizadores da teoria, nova na sociologia, do "ator-rede" que leva em conta, para além dos humanos, objetos (ou "não-humanos") e discursos, sendo estes também considerados "atores".

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