Variedades

Morre P.D. James, a grande dama dos romances policiais

A escritora de romances policiais britânica P.D. James, que levou personagens modernos e realísticos para a clássica história de detetives, morreu nesta quinta-feira, 27, aos 94 anos. Seus livros venderam milhões de cópias em muitos países, e boa parte deles era tão popular no papel quanto nas adaptações para TV e cinema. A editora Faber and Faber, que comunicou sua morte, afirma que ela morreu na sua casa em Oxford, sudeste da Inglaterra.

Por causa da qualidade e da estrutura cuidadosa de sua escrita, assim como pelo seu elegante detetive Adam Dalgliesh, ela era vista primeiro como uma sucessora natural de escritoras como Dorothy L. Sayers, da era dourada do romance policial no período entreguerras.

No Brasil, sua obra ficcional era editada pela Companhia das Letras. Entre os diversos títulos no catálogo da editora, estão Causas Nada Naturais (2011), Mortalha Para Uma Enfermeira (2011) e Morte em Pemberley (2013).

Em 2012, foi lançado por aqui, pela editora Três Estrelas, o livro Segredos do Romance Policial, uma visão pessoal, mas muito acurada sobre o gênero do qual ela era considerada uma especialista.

Na ocasião, a escritora concedeu entrevista por telefone ao Estado, de Londres. “Ao abrir algum de meus livros, você estará diante de uma mulher mentalmente organizada, que consegue alinhar ordeiramente o que está desordenado, que se sente satisfeita ao finalizar um quebra-cabeça e que é alguém interessado nos detalhes – a caracterização é o coração das minhas obras. Quem escreve histórias de detetive necessita impor a ordem e a justiça (ainda que imperfeita) no caos.”

Quando perguntada sobre o motivo que faz as mulheres serem ótimas autoras de histórias de detetive, ela respondeu: “Acredito que as autoras criam um tipo específico de trama policial, mais interessada nos detalhes e com um olhar mais humano, o que muitas vezes torna suas histórias mais críveis. Agatha Christie tornou-se famosa especialmente por isso, além de seu interesse pelos motivos que movem os personagens”.

Phyllis Dorothy James nasceu em Oxford, em agosto de 1920. Seu pai era um coletor de impostos e nunca conseguiu pagar-lhe uma faculdade, fato que ela sempre lamentou. Seu primeiro romance, Cover Her Face, foi publicado em 1962, com ótima recepção da crítica, mas ela só abandonou o emprego no serviço público britânico em 1979, quando, no ano seguinte, Innocent Blood explodiu em popularidade.

A Associação de Escritores de Mistério da Inglaterra concedeu a P.D. James a Adaga de Diamante em 1997 e, em 2005, recebeu do National Arts Club a Medalha de Honra de Literatura. A Rainha Elizabeth II concedeu-lhe o título de Baronesa do Holland Park em 1991, em reconhecimento ao seu trabalho como chefe da BBC entre 1988 e 1993.

Posso ajudar?