Fundador do Grupo Summus, o editor Raul Wassermann morreu em São Paulo, no hospital Sírio Libanês, na noite desta quinta-feira, 9, aos 77 anos. Ele lutava contra um câncer há 12 anos e, apesar da doença, ainda estava na direção da editora. Seu filho, Paulo Wassermann, atual diretor executivo, deve assumir a casa criada por seu pai há 46 anos.
Descendente de judeus da Bessarábia, hoje Moldávia, Raul Wassermann nasceu em Santos, no litoral paulista, estudou engenharia no Mackenzie, e depois matemática e jornalismo. Sua aproximação com o mercado editorial começou ainda na faculdade, quando ele se tornou sócio da gráfica Planinpress, que se especializou em produzir "house organs".
Em 1974, ele fundou a Summus, que hoje é formada pelos seguintes selos e editoras: Ágora, Edições GLS, Selo Negro Edições, MG Editores, Plexus Editora e Mescla Editorial. A Summus publica obras nas áreas de psicologia, educação, comunicação, LGBT e muitas outras. Entre seus autores estão o médico Flávio Gikovate, morto em 2016.
Wasserman foi o primeiro presidente da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), fundada em 1992 e dirigiu a Câmara Brasileira do Livro (CBL) em dois mandatos entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Em nota, a CBL prestou homenagem ao editor. "O editor e fundador da editora Summus deixa um legado para o mercado editorial como um todo. Foi um profissional do livro e um leitor de uma visão multidisciplinar e à frente do seu tempo. Como presidente da Câmara Brasileiro do Livro por duas gestões, entre 1999 e 2003, conduziu importantes projetos como o Circuito Paulista do Livro, e trouxe novos olhares e propostas para a Bienal Internacional do Livro de São Paulo."