O líder do PTB na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (GO), classificou como “barbaridade” e um “atentado contra a democracia” o assassinato do candidato do PTB à prefeitura de Itumbiara (GO), José Gomes Rocha, na tarde desta quarta-feira. Arantes testemunhou o crime.
“O que aconteceu foi uma barbaridade, um atentado contra a democracia, contra os sonhos da cidade, contra a família de Itumbiara, contra as pessoas da região”, afirmou Arantes ao Broadcast Político. “Nosso candidato era amado pela cidade. Foi a maior liderança individual que já conheci”, disse.
Arantes conta que a carreata em que ele e José Gomes Rocha participavam era o praticamente o primeiro grande ato público da campanha do candidato do PTB. “Os atos que tinham sido feitos antes foram apenas o lançamento da candidatura e algumas reuniões. Seria o primeiro e único ato hoje”, afirmou.
O líder do PTB diz que a população estava “entusiasmada” com o ato público. “Não parecia carreata pedindo voto, parecia carreata da vitória”, conta. “Do nada surgiu esse rapaz. Ele ia matar todos nós, se não fosse um herói chamado Vanilson (Rodrigues, cabo da Polícia Militar) que nos salvou”, diz.
Rodrigues trocou tiros com o acusado de matar o candidato e matou o autor do crime, mas também acabou morto. O vice-governador de Goiás e Secretário da Segurança do Estado, José Eliton, que também participava da carreata, foi baleado.
Jovair Arantes afirma que o autor dos disparos é um “adversário político” do candidato na região. O líder do PTB afirma que somente após o velório de José Gomes Rocha é que eles vão decidir o futuro da chapa, que deve seguir na disputa eleitoral. O primeiro turno está marcado para o próximo domingo, 2 de outubro.
Histórico político
O candidato do PTB a prefeito de Itumbiara já tinha sido prefeito da cidade por dois mandatos. O primeiro deles começou em 2004, quando ainda estava no PMDB. Em 2008 foi reeleito para um novo mandato, com 84,4% dos votos. Em 2012, elegeu seu então vice-prefeito, Chico Balla (PTB), como seu sucessor.
José Gomes Rocha também foi deputado federal por quatro mandatos, entre 1989 e 2003. Em seguida, elegeu-se deputado estadual, mas ficou apenas por pouco tempo no cargo, pois se elegeu prefeito. Em 1989, ele foi coordenador regional da campanha do senador Fernando Collor, então no PRN, para presidente.
O candidato assassinado foi um dos 38 deputados que votaram contra a abertura do processo de impeachment de Collor na Câmara, na sessão do dia 29 de setembro de 1992. (Igor Gadelha – [email protected])