Estadão

Morte na Rússia: executiva de banco é encontrada morta após queda de prédio

A morte de uma executiva russa nesta semana em Moscou, Kristina Baikova, de 28 anos, vice-presidente do banco russo Loko-Bank, voltou a levantar suspeitas de execuções políticas no país. A empresária morreu ao supostamente cair da janela de seu apartamento em Moscou nas primeiras horas do sábado, 24, e é o caso mais recente de mortes misteriosas que envolvem os principais empresários da Rússia. As informações são do jornal inglês <i>The Daily</i> e da agência de notícias russa <i>Regnum</i>.

Baikova morava no 11º andar e morreu instantaneamente após a queda. Segundo a Regnum, na véspera, Baikova teria convidado para a sua casa um amigo, que presenciou os acontecimentos.

"Verificou-se que na noite de 23 de junho, a falecida ligou para seu amigo de 34 anos e o convidou para uma visita no fim de semana. Por volta das 3h da manhã, ela caiu da janela. O corpo dela foi encontrado perto de uma das entradas da casa em que vivia ", disse a fonte à agência.

Uma investigação sobre sua morte foi aberta. A agência de notícias também informou que antes de ser CEO do banco, ela administrou um dos projetos do Banco de Crédito de Moscou (MCB).

Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro do ano passado, mortes misteriosas de empresários, magnatas e oligarcas na Rússia têm levantado suspeitas, já que a maioria delas eram, em algum grau, críticas à invasão na Ucrânia. Entre as causas de morte, é comum que os relatos oficiais aleguem suicídio ou quedas da janela de prédios.

Uma investigação sobre sua morte foi aberta. A agência de notícias também informou que antes de ser CEO do banco, ela administrou um dos projetos do Banco de Crédito de Moscou (MCB).

<b>Outros casos</b>

Anatoli Gerashchenko, ex-diretor do Instituto de Aviação de Moscou (MAI), supostamente caiu de uma escada na sede do instituto na capital russa em setembro do ano passado. O MAI é uma das principais universidades russas de pesquisa científica responsável pelo desenvolvimento de tecnologia aeroespacial, e está ligado ao Ministério da Defesa de Putin, segundo o <i>The Daily</i>.

Dmitri Zelenov, um magnata imobiliário, morreu em 9 de dezembro em Antibes, na Riviera Francesa. Ele jantava com alguns amigos quando começou a se sentir mal e caiu de uma escada, sofrendo graves lesões na cabeça, de acordo com o veículo de notícias russo <i>Baza</i> e o jornal francês local <i>Var Matin</i>.

Alexei Maslov, de 69 anos, ex-chefe das Forças Terrestres da Rússia, morreu no hospital em 25 de dezembro do ano passado, e Aleksandr Buzakov, que havia sido chefe dos "estaleiros de almirantado" da Rússia por uma década, morreu um dia antes.

Em fevereiro, Viatcheslav Rovneiko, de 59 anos, foi "encontrado inconsciente" tarde da noite em sua casa. Ele era um magnata do petróleo russo. Também em fevereiro, um alto oficial de defesa russo foi encontrado morto após queda da uma janela de um prédio.

Também em fevereiro, Marina Yankina, de 58 anos, morreu após um suposto suicídio. Ela era chefe do departamento de apoio financeiro do Ministério da Defesa para o Distrito Militar Ocidental, órgão diretamente envolvido na guerra, segundo o <i>The Daily</i>. Uma semana antes, o Major General Vladimir Makarov, um general russo demitido por Putin, também foi encontrado morto após um suposto suicídio.

Em abril, Igor Shkurko, de 49 anos, diretor-geral adjunto da empresa de energia russa Yakutskenergo, foi encontrado morto em sua cela de prisão após ser acusado de suborno. Ele era membro do partido político pró-Putin Rússia Unida, mas sua filiação foi suspensa após a acusação de suborno.

Em maio deste ano, o vice-ministro da ciência da Rússia, Pyotr Kucherenko, de 46 anos, supostamente um crítico da invasão na Ucrânia, morreu repentinamente depois de ficar doente em um voo para Moscou. Ele estava retornando de uma viagem de negócios a Cuba quando seu avião foi obrigado a fazer um pouso de emergência no sul da Rússia, informou o Ministério da Ciência e Ensino Superior. Roman Super, jornalista independente, escreveu que seu "velho amigo" havia falado em particular sobre sua incapacidade de fugir da Rússia após o que ele chamou de "invasão fascista" da Ucrânia, segundo o jornal.

Outras mortes recentes incluíram a editora de uma popular revista de propaganda russa, o vice-presidente do Gazprombank e um alto funcionário da Gazprom, a maior empresa de energia da Rússia. A lista de mortes segue. Entre elas estão Ivan Pechorin, de 39 anos, diretor administrativo da Corporação para o Desenvolvimento do Extremo Oriente e Ártico de Putin; o ex-CEO da corporação, Igor Nosov; o magnata do petróleo Ravil Maganov; Yuri Voronov, chefe de uma empresa de transporte e logística de uma empresa ligada à Gazprom, entre outros. Mais duas mortes de executivos ligados à Gazprom foram relatadas, aponta a reportagem: Alexander Tyulakov, vice-diretor geral, e Leonid Shulman, chefe de transporte na Gazprom Invest.

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