Estadão

Mortes em enchentes na Europa Ocidental passam de 160

O número de mortes em inundações na Europa Ocidental ultrapassou 160. Foram contabilizadas 168 mortes, sendo 141 na Alemanha e 27 na Bélgica. Equipes de resgate trabalharam para lidar com os danos expostos pelo recuo da água neste sábado, enquanto os países afetados começam a pensar no longo trabalho de reconstrução das comunidades devastadas.

O número de mortos no Estado da Renânia-Palatinado, oeste da Alemanha, onde fica o condado de Ahrweiler, mais atingido, aumentou para 98. Outras 43 pessoas foram confirmadas como mortas no Estado vizinho da Renânia do Norte-Vestfália. O centro de crise nacional da Bélgica disse que o número de mortos confirmados no país aumentou para 27.

Dias de chuva forte transformaram rios e ruas normalmente menores em uma torrente nesta semana e causaram a inundação que varreu carros, engolfou casas e deixou residentes presos. Imediatamente após as enchentes acontecerem na quarta e quinta-feira, autoridades alemãs listaram um grande número de pessoas como desaparecidas – algo aparentemente causado em grande parte por confusão, vários relatórios e dificuldades de comunicação em áreas afetadas, algumas das quais careciam de eletricidade e telefone. No sábado, as autoridades ainda temiam encontrar mais pessoas mortas, mas disseram que os números de desaparecidos caíram, porém sem detalhar em quanto.

Na Bélgica, 103 pessoas foram listadas como desaparecidas no sábado, mas o centro de crise disse que celulares perdidos ou descarregados e pessoas levadas a hospitais sem identificação que não tiveram a oportunidade de entrar em contato com parentes são fatores que podem influenciar na contagem.

Enquanto isso, o recuo das águas das enchentes facilitou o acesso a grande parte das áreas afetadas e revelou a extensão dos danos. "Muitas pessoas perderam tudo o que passaram suas vidas construindo – suas posses, sua casa, o teto sobre suas cabeças", disse o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, depois de conhecer equipes de resgate e outros na cidade de Erftstadt. "Só será possível esclarecer em semanas quanto dano precisará ser compensado." Steinmeier disse que as pessoas nas áreas afetadas precisam de apoio contínuo. "Muitas pessoas aqui nestas regiões não têm nada além de sua esperança, e nós não devemos decepcionar essa esperança", disse.

Em Erftstadt, uma cidade a sudoeste de Colônia, um esforço de resgate aconteceu na sexta-feira, quando o chão de um bairro cedeu. Pelo menos três casas e parte de uma mansão no distrito de Blessem da cidade desabou. As autoridades temiam que algumas pessoas não conseguissem escapar em Erftstadt, mas nenhuma vítima foi confirmada na tarde de sábado. Cerca de 700 pessoas foram evacuadas de parte da cidade alemã de Wassenberg, na fronteira com a Holanda, após o rompimento de um dique no rio Rur.

Visitando Erftstadt com Steinmeier, o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, prometeu organizar ajuda para aqueles imediatamente afetados "nos próximos dias". Ele disse que as autoridades regionais e federais vão discutir como ajudar nos esforços de reconstrução. O gabinete da chanceler Angela Merkel planeja discutir o assunto na quarta-feira. "Faremos tudo para que o que precisa ser reconstruído possa ser reconstruído", disse Laschet.

Partes do sul da Holanda também sofreram fortes enchentes, embora milhares de residentes foram autorizados a voltar para casa na manhã de sábado, após serem evacuados na quinta e sexta-feira. O primeiro-ministro interino Mark Rutte, que visitou a região na sexta-feira, disse que "primeiro, houve o coronavírus, agora essas inundações, e logo as pessoas terão que trabalhar na limpeza e recuperação". "É desastre após desastre após desastre. Mas não vamos abandonar Limburg", a província do sul atingida pelas enchentes, acrescentou. O governo declarou estado de emergência, abrindo fundos nacionais para os afetados.

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