As autoridades chinesas elevaram nesta quinta-feira o número de mortes nas explosões que ocorreram ontem na cidade de Tianjin para pelo menos 50, enquanto cerca de 700 outras pessoas foram hospitalizadas. Os investigadores ainda buscam saber o que provocou as explosões em um armazém do lado do 10º maior porto do mundo, interrompendo o fluxo de carros, petróleo, minério de ferro e de outros itens.
A Agência de Segurança Marítima de Tianjin disse que navios que transportam petróleo e
“produtos perigosos” foram impedidos de entrar na zona portuária central.
Algumas empresas que fazem negócios em Tianjin – uma grande cidade portuária e uma porta de entrada marítima para Pequim – disseram que poderiam ver interrupções em suas operações. Além da gigante da mineração BHP Billiton ter anunciado que seus embarques de minério de ferro e operações portuárias foram interrompidos, a Chevron também informou que suspendeu as operações em uma instalação de lubrificantes, que estão cerca de cinco quilômetros do local da explosão, embora a planta “não sofreu danos visíveis imediato”, de acordo com a empresa. As operações irão retomar uma vez que a área em torno do local da explosão for estabilizada, disse a empresa, acrescentando que não espera que seu suprimento de lubrificantes de produto sejam afetados pela suspensão.
A montadora Renault disse que 1.500 carros foram destruídos, enquanto que a Hyundai avalia de que forma os seus 4 mil carros foram danificados, assim como a Volkswagen.
Segundo Sean Liu, gerente geral da ICIS China, uma empresa de pesquisa de commodities, o
impacto econômico no curto prazo para a maioria das indústrias provavelmente será moderado. No entanto, ele destacou que se o governo impor normas de segurança mais rigorosas na cadeia de fornecimento irá aumentar os custos às indústrias de energia e petroquímica da China.
As explosões de ontem no armazém ao lado do porto foram tão fortes que os sensores de terremotos chegaram a fazer um registro. As explosões destruíram prédios e janelas de locais com mais de um quilômetro de distância.
O armazém era usado pela empresa de logística Ruihai International Logistics, que trabalha com produtos químicos perigosos, de acordo com autoridades. Os militares especializados em manipulação de materiais nucleares e bioquímicos foram enviados para avaliar a local, informou a mídia estatal.
Durante uma inspeção em 2013, a Agência de Segurança Marítima de Tianjin encontrou cinco de um total de 4.325 contêineres pertencentes a Ruihai que violavam as regras, mas não especificou os problemas, de acordo com o site da administração. A agência lançou uma nova rodada de inspeção de transferências de produtos químicos perigosos em setembro com foco em três empresas, incluindo Ruihai. Os resultados da inspeção não foram divulgados. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.